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No final do mandato, Lula faz discurso de fim de festa

Terra

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que já está com a sensação de dever cumprido. Ele esteve na manhã desta segunda-feira (18) na Refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos, interior de São Paulo, e afirmou que foi o político que mais fez pelo Brasil em 8 anos. Durante discurso para os funcionários da Revap, o político brincou e disse que ninguém desde Pedro Álvares Cabral visitou tantas refinarias quanto ele. "Nem o imperador Dom Pedro visitou tantas unidades da Petrobras quanto eu", disse o presidente petista.

O líder do Executivo nacional inaugurou duas novas unidades da petrolífera na cidade. Foram implantadas as estações de coque combustível para a indústria de siderurgia, celulose e termoelétricas e também a unidade de hidrotratamento de diesel, para o refino de um combustível mais "limpo" com 10 ppm de enxofre, refinado energético que segue os padrões de qualidade internacionais.

O evento contou com a presença do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e do ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmerman. Durante seu discurso Lula poupou o tom elevado de campanha e até conteve os funcionários da refinaria que gritava "Dilma, Dilma, Dilma". "Este é um evento oficial e podemos ter problemas caso entendam que estamos utilizando a inauguração como plataforma eleitoral. Depois publicam isso e somos processados", disse Lula.

A visita de Lula acontece em meio à corrida eleitoral ao palácio do Planalto e o presidente tenta, mesmo que de forma não oficial, reverter um resultado negativo obtido por Dilma nas urnas do Vale do Paraíba. Em São José dos Campos e em outras cidades da região, José Serra (PSDB) teve mais votos que a petista. O tucano superou Dilma em 33 dos 39 municípios que compõe o cone leste paulista. Serra recebeu 545.715 votos e Dilma, 382.908 votos na região.

Gabrielli também se conteve durante seu discurso e se restringiu em falar sobre a inauguração das novas unidades da Revap. Questionado sobre sua declaração ao jornal Folha de São Paulo, em que afirma que a estatal brasileira tinha um "plano de privatização" durante a gestão do PSDB, o executivo explicou que o não investimento dentro da companhia estava pautado pelo capital privado.

"Não havia um plano maquiavélico para privatizar a companhia, mas sim um plano de desmonte da estatal. Quando assumimos a estatal, percebemos a situação e começamos a reverter a situação. Agora temos um valor de mercado que beira os U$200 bi", disse Gabrielli durante entrevista coletiva.

Outro que alfinetou os governos anteriores foi o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmerman. "Ele afirmou que investir em energia é uma forma de atrair investimentos para o Brasil e que há 30 anos, a Petrobras não recebia tantos investimentos do governo brasileiro", afirmou.

Lula ainda comentou sobre outros projetos da estatal no Brasil. Em suas palavras para os funcionários, Lula estipulou um prazo de 10 dias para o inicio da extração de petróleo no campo de Tupi, na bacia de Santos em São Paulo. "Tudo está pronto para extração, que deverá ser realizada entre os dias 28 e 29 deste mês, quando viajarei mais de 300 quilômetros mar adentro", afirmou o presidente.

O campo de exploração é o primeiro a extrair petróleo do pré-sal e está em fase de testes desde maio de 2009. As reservas do local estão estimadas entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo de qualidade e gás natural.

Lula também confirmou que tudo está preparado para a construção da refinaria do complexo industrial de Pecém, no Ceará. O local vive uma briga intensa entre governo e Funai, que protege a etnia indígena que vive na região. Sem o consentimento de Gabrielli, Lula disse que todo o impasse em relação ao terreno foi resolvido e a construção deverá ser liberada em breve.
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