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Notícias / Cidades

Vereadores questionam concurso da Câmara

De Rondonópolis - Dayane Pozzer

O concurso público para o preenchimento de 16 vagas da Câmara Municipal de Rondonópolis realizado no mês de setembro está sendo alvo de questionamentos na Casa de Leis. Funcionários da Câmara participaram e foram aprovados no concurso e o fato está sendo motivo para que vereadores suspeitem da lisura do processo.

O vereador Lourisvaldo Manoel de Oliveira, o Fulô (PMDB) afirmou na sessão realizada nesta quarta-feira (20) que antes da data do concurso público comentários eram ouvidos dentro da Casa de Leis de que existiria uma lista com nomes de quem seria aprovado. “Não estou dizendo que o concurso não foi sério, mas é estranho porque as pessoas que disseram que iam passar, passaram”, declarou.

O líder do PR na Câmara, vereador Mohamed Zaher, também questionou a aplicação das provas. Para o republicano faltou competência e habilidade da mesa diretora na realização do concurso. Mohamed ainda colocou que um dos funcionários da Câmara aprovados no concurso é o atual secretário de Finanças do órgão, Kleber Paulino Almeida. Ele teria sido o responsável pela contratação da empresa ACPI, que fez as provas. Outro funcionário com cargo de confiança, que atua como secretário de Administração, também foi aprovado.

Mohamed declarou também que não está duvidando da inteligência das pessoas que foram aprovadas, mas que não deveria ter sido permitida a participação de funcionários da Casa ligados à mesa diretora. “Acho que não poderiam concorrer ou pelo menos ter sido afastados uns três meses antes”, defendeu.

Para o presidente da Câmara Municipal, vereador Hélio Pichioni (PR), é normal que corram boatos de fraude. “As pessoas falam demais. Toda vez que tem concurso público, em qualquer lugar do país, existe sempre a conversa de que alguém vai passar, que as vagas já têm pessoas certas”, pontuou. Pichioni ainda defendeu que os funcionários do Legislativo aprovados são pessoas competentes e disse que podem ter tido facilidade, pois as provas eram específicas para cada cargo e, portanto, teriam mais conhecimento dos assuntos.

O republicano sugeriu que os aprovados passem por uma sabatina com questões semelhantes as da prova, caso haja dúvida da competência dos funcionários. O presidente ainda esclareceu que não convocou nenhum dos vereadores para acompanhar o processo para evitar “problemas futuros”.

Mohamed declarou que a questão pode chegar ao Ministério Público Estadual (MPE), mas não disse que seria o denunciante. Pichioni, no entanto, disse que está tranqüilo e que não há nada a esconder e caso alguma coisa esteja errada será o primeiro a pedir a anulação. O vereador também defendeu que não seria justo não permitir a participação de funcionários. “Acho que todos tinham o direito de buscar a estabilidade”, ressaltou.
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