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Na TV, Serra diz: campanha do PT distorce fatos sobre agressão

Terra

No programa eleitoral da tarde desta sexta-feira (22) na televisão, o candidato à presidência José Serra (PSDB) usou a sua fala para comentar o episódio acontecido quarta-feira (20), quando militantes do PT e do PSDB entraram em conflito e Serra chegou a ser atingido na cabeça por um objeto. "É muito importante eu dar uma palavra a vocês sobre esses acontecimentos. Primeiro, não vamos nos intimidar. Quanto mais tentarem nos impedir de andar nas ruas e fazer campanha, mais nós vamos insistir", afirmou o presidenciável. O tucano aproveitou a oportunidade para criticar o PT, a adversária Dilma Rousseff (PT) e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

"Esse não foi apenas mais um acidente de campanha. Ele é simbólico. Tentar impedir o adversário político de andar na rua como fez o PT é inaceitável e não é a primeira vez, não só nessas eleições. Na verdade, o problema é mais amplo, é de respeito à democracia. Nós não somos iguais ao PT, não tratamos adversários políticos como inimigos a serem exterminados, eliminados do mapa", disse Serra, que alfinetou Lula. "O presidente da República pode apoiar quem ele quiser, é direito dele como o de qualquer cidadão. Mas não pode atropelar a lei (...). Não pode misturar campanha com governo. Infelizmente é isso que está acontecendo".

O candidato também criticou a posição de sua adversária nas eleições, Dilma Rousseff, a respeito do episódio da agressão. "No Rio, além da agressão física nas ruas, ainda teve a agressão nas declarações da candidata e do próprio presidente".

O programa eleitoral de Serra usou boa parte de seu tempo na tentativa de desmentir as afirmações veiculadas pelo horário eleitoral de Dilma. Baseados na reportagem do SBT, que afirmou que o tucano foi agredido "apenas por uma bolinha de papel", a propaganda da petista criticou a reação de Serra.

"Mais uma vez o programa da Dilma tentou deturpar os fatos e confundir o eleitor", afirmou a apresentadora, enquanto mostrava fatos baseados na reportagem veiculada pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, nesta quinta-feira (21), que afirmou que Serra foi agredido em duas situações diferentes. A propaganda de Serra narrou novamente os fatos, acusando o candidato derrotado a deputado pelo PT, Sandro Mata Mosquito, de ser "dono da tropa de choque do PT". O horário também contou com depoimentos que confirmavam a agressão sofrida por Serra, como o do pastor Paulo Cesar Gomes, que declarou que estava atrás do tucano na hora e que também foi atingido: "eles acertaram uma bobina em cima da cabeça do Serra e ele sentiu".

Jacob Kligerman, médico que atendeu o presidenciável na ocasião, afirmou que Serra chegou ao hospital "com náuseas e tonteiras". O programa do PSDB também falou com o perito Ricardo Molina, que afirmou que "não há a menor dúvida que foram dois eventos distintos. Um é uma bolinha de papel que não causou dano nenhum. Outro é um rolo de fita consideravelmente pesado que atingiu uma região altamente sensível e que deve ter machucado".

A propaganda eleitoral do candidato tucano à presidência usou quase todo o tempo de TV para abordar o tema do ato de agressão sofrida por Serra e de situações semelhantes que teriam sido protagonizadas pela militância do PT. "Infelizmente, episódios como os dessa semana de intolerância e desrespeito à convivência democrática já ocorreram outras vezes em outras situações". A propaganda mostrou o então governador de São Paulo, Mário Covas, em maio de 1988, em uma manifestação popular que também foi agredido por manifestantes.

Em março de 2010, cenas de uma manifestação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) foram mostradas para enfatizar o trecho em que uma das líderes discursa: "estamos aqui para quebrar a espinha dorsal deste partido". Por fim, a apresentadora enfatizou também o discurso do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu: "eles têm que apanhar nas urnas e nas ruas". Ao final da propaganda, a locutora ressaltou que para o próximo dia 31, "o País precisa escolher um presidente que respeita o Brasil" e encerrou reexibindo a biografia de Serra.

Dilma


A propaganda eleitoral da candidata à presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, voltou a exibir os principais trechos do horário eleitoral da noite da última quinta-feira. Desta vez quem abriu o programa foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com uma mensagem sobre a relevância do pré-sal para o País. "É preciso a gente ficar de olho aberto por que aquela turma de sempre vai querer privatizar o pré-sal. Eles não conhecem outro jeito de governar", enfatizou Lula.

O programa petista voltou a exibir ainda as imagens do confronto entre os militantes do PT e do PSDB em Campo Grande, no Rio de Janeiro, em que Serra foi atingido por um objeto. A versão apresentada foi a reportagem produzida pelo SBT em que, segundo a narração, o tucano foi atingido por uma bolinha de papel, sentiu o impacto, mas continuou andando normalmente. Só depois de ter recebido um telefonema é que colocou a mão na cabeça fingindo sentir alguma coisa.

Por fim, Dilma encerrou o horário eleitoral com uma mensagem comparando os avanços do Brasil durante o governo Lula e durante os anos em que o País foi governado pelo PSDB. "Aquele Brasil enfraquecido, dependente e endividado ficou para trás. O novo Brasil recuperou sua capacidade de planejar e bate sucessivos recordes de investimentos em empresas públicas, como a Petrobrás", disse a candidata.
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