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Governo deve elevar previsão de superávit comercial, diz Miguel Jorge

G1

O governo anunciará a nova meta do superávit da balança comercial de 2010 na próxima semana, segundo informou nesta sexta-feira (22) o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, em evento da Câmara Brasil Alemanha, em São Paulo.

A previsão atual é que o país fechará o ano registrando saldo positivo de US$ 15 bilhões. No entanto, esse número foi ultrapassado, conforme as projeções do governo, e nesta segunda-feira (25) será conhecida a nova meta. Atualmente, são estimadas para 2010 exportações da ordem de US$ 190 bilhões e importações de US$ 175 bilhões, resultando no saldo que será revisado.

Questionado a respeito dos motivos que fizeram com que os números fossem revisados para cima, o ministro se limitou a dizer que há uma pressão maior das exportações. “Só pode ser isso”, disse, evitando dar mais detalhes sobre a nova perspectiva de saldo, como quais setores teriam garantido esse resultado.

Para este ano, as projeções do boletim Focus do Banco Central apontam para um superávit da balança comercial de US$ 15,85 bilhões.

Desindustrialização
O ministro voltou a negar que o país esteja passando por um processo de desindustrialização devido à perda de competitividade que alguns setores da economia vêm enfrentando.

“Pelos dados apresentados até agora, vimos que a indústria brasileira é sólida e diversificada, passa por um excelente momento em termos de investimento e geração de emprego e tem competitividade em vários setores, com boas perspectivas para o futuro. São sinais claros de que não há desindustrialização”, disse o ministro.

Com base em projeções do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o ministro disse que, entre 2010 e 2013, está previsto investimento de mais de R$ 1 trilhão, quantia 9,1% superior ao período de 2005 a 2008.

Para a indústria, especificamente, o crescimento previsto é de 74,8%, considerando os mesmos períodos. “O crescimento médio anual previsto para o investimento na indústria é de 11,8%, também maior do que nos outros dois setores.”

O mesmo otimismo não é compartilhado pelos empresários alemães, que prepararam o evento do qual participou Miguel Jorge. Segundo o presidente da Câmara Brasil Alemanha, Weber Porto, há empresas germânicas repensando os investimentos previstos para o Brasil nos próximos cinco meses.

“Há uma preocupação das empresas no sentido da garantia da competitividade brasileira. O real está valorizado e isso prejudica bastante, além de custos altos de mão de obra e logística. Quando você olha os custos, você percebe que o Brasil está em uma posição muito desfavorável”, citou Porto.

Entraves
A alta taxação sobre a produção nacional, a escassez de mão de obra e a falta de financiamento de longo prazo oferecido pelo mercado são apontados como fatores que afetam a competitividade da indústria brasileira frente a outros países, segundo avaliação do ministro do Desenvolvimento.

Aliados a esses entraves estão ainda ineficiências de infraestrutura, que elevam os custos de produção e exportação, e a alta competitividade de países como China, que adota uma política cambial que pressiona a desvalorização da sua moeda para obter vantagens sobre suas exportações.
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