Imprimir

Notícias / Variedades

Sem trabalho fixo, ex-BBB Cida faz bicos até com panfletagem

Ego

Oito anos após participar do Big Brother Brasil, Cida Moraes tem uma rotina bem diferente de quando deixou o programa, então em sua segunda edição. Se antes ela chegava a receber R$ 10 mil para ir a uma festa, hoje chega a distribuir panfletos de divulgação. Recentemente, passou uma tarde de domingo como “cobaia” numa feira de produtos para cabelos.

“Fiquei horas sentada, com gente escovando meu cabelo, e ganhei um ‘cala boca’, uma ajuda de custo”, conta ela, que também já participou de bailes funks e foi jurada em shows de calouro em cidades do interior. “Faço qualquer coisa. O que importa é o cachê”.

Demissão por telegrama

Tudo já foi bem diferente na vida de Cida, que era aeromoça da Varig antes de entrar para o BBB – ela conseguiu uma licença sem vencimentos para participar do reality show e para se dedicar aos trabalhos que conseguiu após sair do programa. Em 2003, Cida voltou à companhia aérea.

“Mas já estava uma decadência danada na Varig. Eu chegava a levar café da minha casa para servir para os passageiros”, lembra ela, que fala inglês, francês, espanhol e japonês e conheceu mais de 40 países por conta do trabalho como comissária. “Em 2006, eu e todos os outros funcionários recebemos um telegrama com o aviso de demissão. Eu tinha 20 anos de empresa”, lamenta.

Cida, atualmente com 46 anos, fez entrevistas para outras companhias aéreas, mas nunca conseguiu voltar ao mercado. “No Brasil, você é considerado produtivo até os 35 anos. Na minha profissão, eles se preocupam muito com a parte estética e pouco com a segurança”, reclama.

Ela também acha que o fato de ter participado do BBB pode ter atrapalhado. “Cheguei a sair no meio de uma dinâmica de grupo depois que um psicólogo me perguntou se eu era a Cida do BBB”, conta. “Mas não me arrependo de nada. Faria tudo de novo da mesma forma. Só me arrependo de não ter posado nua para a ‘Playboy’. Fui convidada e não fiz por causa do meu trabalho como comissária. Acharam que ia vulgarizar a profissão. Imagina!”.

'Não quero luxo nem lixo'

Sem emprego fixo e sem ganhar indenização da Varig – “tenho vários processos, minha indenização estaria em torno de R$ 300 mil” -, Cida tem que correr atrás, como ela diz. A ex-BBB e ex-aeromoça ainda tenta manter o grupo teatral que fundou há quatro anos, a Companhia de Teatro Café Pequeno, que conta com 20 atores. “Minha visão cosmopolita ajuda muito. Vamos da Broadway ao funk”, diz ela, tentando explicar o trabalho do grupo.

Para manter a companhia e tocar sua vida, Cida conta com os bicos que faz e com a ajuda de amigos. “Pago R$ 3 mil só de plano de saúde para minha mãe, que tem 79 anos”, diz, mostrando a fatura, que, segundo ela, está atrasada.

Cida ainda tem uma "sobra" do dinheiro que faturou com o BBB. “Ganhei uma grana legal, mas nada exorbitante. Apliquei o dinheiro, mas agora está acabando. Tive irmã com câncer, a decadência da Varig... Tô ferrada”, afirma ela, que vive em um apartamento em Copacabana com a mãe. “Minha rotina agora é correr atrás do ‘dindin’ de cada dia. Continuo usando meu perfuminho francês, mas tá difícil”, diz. "Não quero luxo, mas nem lixo”.
Imprimir