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Notícias / Cidades

Juiz assina soltura e açougueiros são libertados

De Rondonópolis - Dayane Pozzer

A noite desta quinta-feira (28) ficará marcada na vida de Natalino Silva Mendes, 24 anos, e Rilly Escarião Barbosa, de 20 anos. Após 17 dias presos no anexo da penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, a Mata Grande, em Rondonópolis, eles receberam a liberdade novamente. A saída de Natalino e Rilly aconteceu por volta de 21h40 e eles foram recebidos pelos familiares e amigos que aguardavam no lado de fora da Mata Grande. O momento foi de grande emoção para todos os presentes.

O documento de soltura foi assinado pelo juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca de Rondonópolis, João Alberto Menna Barreto, após o pedido de relaxamento das prisões deferido pelo promotor de Justiça Cláudio César Matteo no dia 25 de outubro, diante da não representação do Ministério Público Estadual, que entendeu que não havia evidências suficientes para manter os dois jovens presos.

Natalino e Rilly foram levados presos pela Polícia Militar quando trabalhavam no açougue do supermercado em anexo ao shopping da cidade na tarde do dia 11 de outubro. Eles haviam acabado de deixar a fila da casa lotérica que também funciona dentro do shopping. Enquanto aguardavam para serem atendidos, a funcionária do local recebeu uma ligação de um suposto assaltante que a mandou fazer depósitos no valor de R$ 9 mil em nove contas bancárias distintas.

O homem disse ainda que a mulher não deveria reagir, pois dois comparsas seus estavam na fila e a qualquer momento poderiam atirar. Foi quando Natalino e Rilly deixaram a fila, conforme alegaram à polícia, porque em dez minutos deveriam entrar no trabalho e como iria demorar para serem atendidos desistiram de esperar.

Quando a PM chegou à lotérica, a funcionária foi ouvida e as imagens do circuito interno foram analisadas. Ela apontou os dois jovens como suspeitos por terem deixado a fila logo após a suposta extorsão. Como estavam com identificação do supermercado, os militares foram até o local e os prenderam.

As duas famílias então começaram uma luta para provar que Natalino e Rilly nada tinham a ver com o fato e que eram inocentes. A suposta arma não foi encontrada com os jovens, assim como nenhuma outra evidência que acusasse os dois. Na saída da Mata Grande, os dois falaram com a imprensa e relataram que foram tratados com respeito pelos outros 25 companheiros de cela. “Eles sabiam que não éramos bandidos e por isso nos trataram com muito respeito”, declarou Natalino.

O delegado Claudinei Lopes, da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), responsável pelo inquérito policial, solicitou a quebra do sigilo bancário e telefônico tanto dos acusados pela funcionária, como da lotérica, para auxiliar na investigação. “Ainda não há como afirmar nada”, declarou há poucos dias. O proprietário da casa lotérica não tem certeza da participação dos rapazes no crime. “O que mais me deixa mal é se eles forem inocentes pagando por uma coisa que não fizeram”, afirmou.
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