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Rio forma profissionais para lidar com jovens infratores que voltam ao convívio com a sociedade

ABr

O trato com adolescentes infratores por parte dos profissionais que atuam na área tem sido uma preocupação no estado do Rio de Janeiro. Foi o que afirmou hoje (23), no Seminário de Integração e Fortalecimento do Sistema Socioeducativo, o diretor do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), Alexandre Azevedo.

O Degase é ligado à Secretaria de Educação do Rio de Janeiro e tem por missão acolher, acompanhar e tratar os adolescentes em conflito com a lei, com o objetivo de orientá-los no processo de reinserção na sociedade. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social, apresentados por Azevedo, há no Brasil hoje mais de 71 mil adolescentes cumprindo medidas socioeducativas em meio aberto.

De acordo com ele, a capacitação de profissionais para lidar com esse jovens é fundamental. “Hoje, os profissionais são capazes de executar, respeitando o Sinase [Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo], as medidas socioeducativas de meio aberto. Porque eles, antes, tinham muita vontade e faltava formação. Agora, com a vontade política e o financiamento do governo federal, capacitamos esses profissionais”, disse.

Durante o seminário, houve a formatura de 270 alunos do curso de formação continuada dos profissionais de medidas socioeducativas do Rio. O curso durou seis meses. De acordo com Azevedo, o curso de formação faz parte do processo de modificação cultural e conscientização desses profissionais para a importância de seu trabalho.

Segundo a defensora pública da Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Rio, Simone Moreira, o curso é pioneiro em todo o Brasil e serve para a melhoria da estrutura no trabalho de recuperação de jovens infratores. “Vai ajudar esse adolescente no cumprimento da medida e no acompanhamento da família. Vai servir para a gente ter um êxito maior e evitar a reincidência, para que o jovem não volte a praticar atos infracionais”, observou a defensora.

No Rio de Janeiro, existem mais de mil jovens em processo de ressocialização, 300 deles na capital. As medidas socioeducativas incluem a internação, internação provisória, semiliberdade, liberdade assistida, prestação de serviços à comunidade e advertência.
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