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Lula afirma que, se houver "herança maldita" para Dilma, será da crise mundial
R7
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (23) que a única "herança maldita" que sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), pode receber ao assumir o cargo será da crise econômica mundial, principalmente da Europa e dos Estados Unidos. Segundo Lula, o Brasil cresceu em seu governo.
- Nada melhor para o país, depois dessa experiência bem-sucedida de um metalúrgico [no poder], ter uma mulher que não vai receber uma herança maldita. [...] Se tiver que receber será da crise econômica lá de fora, porque aqui dentro estamos crescendo.
Lula disse que nem a Europa nem os EUA resolveram os problemas da crise econômica.
- Nós não podemos aceitar o fato de os Estados Unidos desejarem fazer seu reajuste interno com base na produção de dólares, criando inflação e causando problemas para outros países. Queremos que o presidente [Barack] Obama faça o melhor governo possível, mas queremos que o povo americano volte a consumir, a comprar e a produzir, porque é isso que faz a economia crescer.
Em ritmo de fim de governo, Lula participou hoje, em Ribeirão Preto, da cerimônia que marcou a solda inicial no alcoolduto que ligará inicialmente a cidade paulista a Paulínia (SP) e que compõe o Sistema Integrado de Transporte de Etanol. Em seguida, foi a um centro de convenções da cidade, onde participou de uma série de cerimônias ligadas ao setor sucroalcooleiro.
Campanha presidencial
Além de defender Dilma, Lula voltou a criticar os adversários da petista na campanha presidencial deste ano. Sem citar o PSDB de José Serra, adversário de Dilma, o presidente disse que os rivais se preocuparam em investigar a vida da agora presidente eleita em vez de discutir propostas durante a campanha.
- O Brasil venceu o preconceito, o ódio, o baixo nível e elegeu uma mulher.
Lula rebateu ainda as críticas por ter indicado Dilma como sua candidata.
- Quando indiquei a Dilma diziam que eu fiquei louco por indicar uma mulher sem experiência política.
Prefeitos
O presidente defendeu ainda tratamento igual entre os prefeitos, independentemente de partidos políticos. Momentos antes, em seu pronunciamento, a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (DEM), rasgou elogios a Lula, aos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Wagner Rossi (Agricultura) e ao ex-ministro Antonio Palocci.
Dárcy cobrou a permanência de Padilha e Rossi na gestão de Dilma, bem como a escolha de Palocci para compor o governo.
- Padilha é um ministro cinco estrelas e tem de fazer parte do governo da Dilma. A permanência de Rossi é importante, e se Palocci for o homem forte do governo não será uma porta para Ribeirão Preto, mas um portal.
Ela lembrou que pertence a um partido de oposição, o Democratas, mas que sempre foi bem atendida pelo governo federal e voltou a elogiar Lula.
- O senhor é um grande homem, que fez a história desse país, que surgiu das lutas e se tornou o maior líder de todos os tempos.
Presente
Lula, que conversava com o secretário-geral Luiz Dulci em boa parte do discurso de Dárcy, ganhou ainda uma gravata cor de rosa de presente da prefeita e uma bandeira utilizada para o anúncio dos vencedores da Fórmula Indy e da Fórmula Stock Car. A bandeira, xadrez em verde e branco, faz propaganda do etanol brasileiro, que move os carros das duas competições.