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Rio tem novo dia de ataques; 12 suspeitos são mortos

Reuters

Apesar do policiamento reforçado para deter as ações violentas de traficantes no Rio de Janeiro, os ataques continuaram nesta quarta-feira, com ônibus e carros incendiados e mais 12 suspeitos mortos em ações policiais, segundo a Polícia Militar.

Ao menos cinco ônibus e dez carros de passeio foram incendiados por traficantes desde a noite de terça em vários pontos da cidade e da região metropolitana, no quarto dia seguido de violência, de acordo com policiais.

Balanço das operações realizadas em diversas favelas revelou que 12 suspeitos morreram em confronto com a polícia nesta quarta-feira, elevando para 14 o número de supostos traficantes mortos nos últimos dois dias.

Oito mortes aconteceram nas favelas Guaxá e Jardim Floresta, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e as outras quatro ocorreram em comunidades da zona norte da capital fluminense. De acordo com a polícia, os suspeitos estavam armados.

No Morro da Fé, uma das favelas do Complexo do Alemão -- onde se concentra um grande número de criminosos, também na zona norte -- um policial militar foi ferido por um disparo no braço direito e encaminhado para um hospital. Segundo a PM, ele passa bem.

Treze suspeitos foram presos por suspeita de ligação com a onda de violência, e foram apreendidas várias armas, incluindo um fuzil AR-15 e uma submetralhadora, disse a polícia.

Três coletivos foram incendiados de madrugada na rodovia Presidente Dutra e na Baixada Fluminense. Na manhã desta quarta-feira, um ônibus foi incendiado no bairro de Vicente de Carvalho, na zona norte da capital fluminense, e mais um foi incendiado em Santa Cruz, na zona oeste.

A onda de violência começou na tarde de domingo, com carros e ônibus queimados em ruas na capital fluminense. Na noite de segunda-feira, uma cabine da Polícia Militar foi alvo de um ataque a tiros, e outro posto policial foi alvejado na madrugada desta quarta, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

'TENTATIVA DESESPERADA'

Autoridades da área de segurança consideram que essas ações violentas são uma resposta à nova estratégia implementada na capital com as Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), que provocaram a saída de chefes do tráfico de favelas onde esse tipo de policiamento foi instaurado. Acuado e forçado a deixar algumas áreas da cidade, o crime organizado estaria reagindo.

'É uma tentativa desesperada de enfraquecimento da nossa política de segurança', disse o governador Sérgio Cabral em entrevista à rádio CBN nesta quarta.

'É uma situação de desespero, e nós não vamos nos desesperar. Esse é o meu apelo à população, mantenham a calma, mantenham a tranquilidade. O que eles querem é o pânico. Tudo que o marginal quer é provocar o pânico, que a sociedade recue. Mas não vamos recuar', acrescentou.

A implantação das UPPs em 15 das centenas de favelas espalhadas pela cidade é considerado o maior avanço na área de segurança pública da capital fluminense nos últimos anos, e a medida foi inclusive citada pelo Comitê Olímpico Internacional como um exemplo de que a cidade será segura para a Olimpíada de 2016.

Em meio à onda de violência, moradores de Ipanema, um dos bairros mais nobres da cidade, amanheceram com a polícia interditando ruas em consequência de caixas de madeiras suspeitas encontradas em praças. O incidente, no entanto, não representou qualquer ameaça, uma vez que as caixas eram de propriedade de uma empresa de promoções e eventos e estavam vazias.

Na terça-feira a polícia anunciou o início das operações em favelas e um reforço no patrulhamento nas ruas com mais 1.200 policias. Dois suspeitos foram mortos pela polícia nessas ações, e outros oito, presos.

O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, reagiu e reconheceu que as ações estariam sendo orquestradas de dentro de presídios.

Mesmo assim, os ataques se disseminaram por outros municípios, como Duque de Caxias, Niterói e São Gonçalo. As autoridades informaram, no entanto, que nos ataques aos veículos e cabines não houve registro de mortos ou feridos
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