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Masp exibe 11 pinturas de Portinari a partir desta sexta-feira

Folha de S.Paulo

O mais famoso Portinari, com sua obra engajada e de forte crítica social. Mas também o Portinari que recebe influências diversas, como a pintura metafísica. Essas duas facetas compõem a exposição "Portinari - As Séries Bíblica e Retirantes", que o Masp (Museu de Arte de São Paulo) exibe a partir de amanhã ao público.

O museu apresenta 11 das 18 obras que possui do pintor paulista em seu acervo. "Recebemos muitos pedidos do público para mostrarmos Portinari, que é seguramente um dos nomes brasileiros mais presentes no museu. Então colocamos as pinturas das duas séries em uma montagem especial, quase como se fosse uma instalação", diz o curador do Masp, Teixeira Coelho.

As oito grandes telas da série Bíblica, com altura de cerca de 2 m, e os três exemplares da série Retirantes, foram dispostas no centro da sala do subsolo do museu. "Também elevamos um pouco a altura em que as pinturas em geral são apresentadas para realçar suas grandes dimensões."

As séries Bíblica, feitas entre 1942 e 1944, e Retirantes, de 1944 e 1945, estão entre as mais importantes assinadas por Candido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes nomes da pintura no Brasil.

Reconhecido em âmbito internacional --entre suas obras mais famosas, estão os murais "Guerra e Paz", instalados na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, no ano de 1957--, seu estilo se aproxima do expressionismo ao retratar a miséria dos retirantes nordestinos, por exemplo, com figuras de grande escala, e do cubismo em sua série Bíblica, com evidente influência de "Guernica", de Picasso, nos tons em preto, branco e cinza e na disposição das figuras no quadro.

"Mas Portinari não se resume a isso. Em "A Ira das Mães", por exemplo, no alto da tela existem claras influências da pintura metafísica. E as figuras de "Guernica" ressoam em diversos retratados das séries, no jeito como se manifestam", diz o curador.
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