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Notícias / Economia

Arrecadação federal cai 11,5% em fevereiro por crise

G1

A arrecadação federal de impostos e contribuições despencou 11,53 por cento em fevereiro frente ao mesmo período do ano anterior, afetada pela retração da economia em meio à crise global, mostraram números da Receita Federal nesta quinta-feira.

As receitas federais somaram 45,106 bilhões de reais no mês passado, frente a 50,985 bilhões de reais em fevereiro de 2008 em valores corrigidos pela inflação.

Foi a quarta queda mensal consecutiva nesse tipo de comparação. Em relação a janeiro, o recuo da arrecadação foi de 26,99 por cento.

No ano, a arrecadação soma 106,886 bilhões de reais, valor 9,11 por cento inferior aos 117,601 bilhões de reais do mesmo período de 2008.

"O grande impacto da crise ainda está na indústria. Os efeitos ainda estão se propagando para os setores varejista e atacadista", afirmou a jornalistas o coordenador-geral de Estudos, Previsão e Análise da Receita, Marcelo Lettieri.

Ele argumentou que, dadas as incertezas, ainda é difícil prever a tendência da arrecadação no ano.

Pressionado pela queda na arrecadação, no entanto, o governo anunciará nesta quinta-feira um bloqueio das despesas orçamentárias.

A meta oficial de superávit primário de 3,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) não será alterada, segundo uma fonte, mas o governo usará pela primeira vez a prerrogativa que tem de reduzir da meta os gastos com projetos considerados prioritários em valor equivalente a 0,5 por cento do PIB.

FEVEREIRO

A arrecadação de praticamente todos os tributos caiu em fevereiro na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) caiu 31 por cento, para 2,091 bilhões de reais. O Imposto de Renda sofreu queda de 13,91 por cento, para 11,622 bilhões de reais, e a Cofins teve retração de 22,06 por cento, para 7,536 bilhões de reais. 

Além do impacto da retração econômica, a Receita também destacou o efeito das desonerações promovidas pelo governo, como a correção da tabela do IR, a redução da alíquota da Cide sobre combustíveis e do IPI sobre automóveis.

No primeiro bimestre, essas desonerações somaram 7,6 bilhões de reais, segundo a Receita.

Os setores cujo desempenho de arrecadação mais caiu no bimestre foram metalurgia, com queda de 51,4 por cento, extração de metais metálicos, com retração de 47,2 por cento, e veículos automotores, queda de 40,7 por cento.

Os dados da arrecadação são corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
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