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Justiça de SP mantém internados suspeitos de agressão na Paulista

G1

A Justiça de São Paulo decidiu manter internados provisoriamente na Fundação Casa (ex-Febem) os quatro adolescentes suspeitos de atacar e agredir pelo menos cinco pessoas na região da Avenida Paulista em 14 de novembro, informaram o Ministério Público e os advogados dos menores de idade.

Nesta segunda-feira (6), durante a audiência de apresentação, os garotos acusados, que têm entre 16 e 17 anos, foram ouvidos por cerca de quatro horas pelo juiz da Vara da Infância e Juventude, no Brás, região Central de São Paulo. Também estiveram presentes os defensores dos garotos, os pais deles e representantes da Promotoria.

A Justiça decretou a internação cautelar dos meninos no dia 23 de novembro, após analisar imagens que flagraram as agressões. Numa delas, câmeras de segurança de prédios da Paulista mostram um garoto de 16 anos desferir golpes de lâmpadas fluorescentes num jovem.

O estudante de jornalismo Luís Alberto Betonio, de 23 anos, que aparece nas imagens apanhando, deu entrevista ao Fantástico no domingo (5). Ele afirmou que teria apanhado porque foi confundido com gay quando caminhava ao lado de mais dois amigos. Por causa dessa informação, a polícia apura se a motivação das agressões foram por homofobia.

O G1 apurou que o garoto que agrediu o estudante com as lâmpadas assumiu a autoria do ataque. Ele teria tido uma espécie de surto para bater no rapaz. Apesar disso, se mostrou arrependido do que fez, confirmando o que também afirmou anteriormente à reportagem por intermédio de seu advogado, Davi Gebara. O defensor recebeu por e-mail perguntas quer foram encaminhadas a seu cliente.

“Ele [adolescente] voltou a dizer que está arrependido”, afirmou Davi Gebara ao deixar a Vara da Infância e Juventude, no início da tarde desta segunda.

“No meu entendimento, ele deve permanecer solto”, disse o outro advogado do garoto, Antônio Salim Curiati Junior. “O menino tem residência fixa e é primário”.

Inocente
Os advogados João Alberto Afonso e Feernando Augusto Dias Afonso, que defendem um adolescente de 17 anos suspeito das agressões, negaram a participação do cliente deles nos ataques. “Ele não agrediu ninguém. Só estava perto do grupo”, disse João Afonso.

Na sexta-feira (10), deverão ser ouvidas testemunhas de acusação, e no dia 17, as de defesa. Após essa fase, o magistrado responsável pelo caso deverá decidir se absolve ou pune os suspeitos.

Além dos adolescentes, Jonathan Lauton Domingues, de 19 anos, foi apontado como membro do mesmo grupo. Por esse motivo, ele também foi indiciado por tentativa de homicídio e formação de quadrilha. Os delegados José Matallo Neto e Renato Felisoni, do 5º Distrito Policial, na Aclimação, chegaram a pedir a prisão preventiva do único maior de idade, mas a Justiça devolveu o inquérito à polícia solicitando mais diligências e informações sobre o suposto envolvimento de Jonathan.
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