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Notícias / Carros & Motos

Ford do Brasil aposta na expansão do mercado de caminhões

Auto Esporte

A Ford deve fechar o ano com 360 mil unidades vendidas no mercado brasileiro entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, de acordo com previsões da empresa anunciadas nesta quinta-feira (9). Até novembro, foram comercializadas 300.195 unidades de carros e 25.832 de caminhões. Ao comparar com os volumes de 2009, a expansão é de 11% e 35%, respectivamente. Para o presidente da Ford do Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira, crescer acima da média do mercado, de 9,8%, significa que a companhia tem acertado nos produtos ofertados ao seu público e que o crescimento do mercado brasileiro de veículos é sustentável, com destaque para o segmento de caminhões, que atingirá um novo recorde neste ano.

Ao destacar isoladamente o segmento de caminhões, o país registrou de janeiro a novembro crescimento de 44,5% nas vendas, com 140.225 unidades licenciadas. A produção subiu 58% de 111.291 unidades produzidas até novembro de 2009 para 175.785 unidades neste ano. Para dar conta da demanda, Oliveira destaca que as férias coletivas na Ford Caminhões vão ser adiadas. “Normalmente utilizamos este período para fazer a manutenção da linha e ajustar os ferramentais, mas como foi possível manter a produção sem precisar de reparos, resolvemos continuar direto para manter o ritmo”, destaca Oliveira.

Como o mercado de caminhões vive de encomendas, para Ford a manutenção da alta demanda significa entrar com o pé direito em 2011. “O mercado de caminhões está muito forte. Continuamos a apostar em crescimento para o próximo ano e vamos investir exponencialmente na fábrica de caminhões”, destaca.

Por outro lado, as exportações, de uma forma geral, não andam tão bem. De acordo com Marcos de Oliveira, a produção brasileira da Ford neste ano será de 350 mil unidades, incluindo automóveis, comerciais leves e caminhões. Isso significa que as importações aumentaram e as importações caíram. Segundo ele, 15% da produção da Ford no país são destinadas às exportações, ao comparar com o ano anterior. “A tendência é de que as exportações continuem caindo no próximo ano.”

Assim, as apostas continuam concentradas no amadurecimento do mercado interno. “As perspectivas continuam muito positivas, tanto para a economia quanto para a transição política. Isso significa muita confiança por parte dos empreendedores para curto e longo prazo”, destaca Oliveira.


Ford Edge 2011 (Foto: Divulgação)Crédito e inadimplência
Marcos de Oliveira diz ser ainda muito cedo para avaliar o impacto no setor causado pelo aumento do compulsório, parcela dos depósitos que os bancos são obrigados a entregar ao Banco Central. Na última sexta-feira (3), o BC aumentou o valor dessas parcelas, retirando assim R$ 61 bilhões da economia, para conter o crédito e, consequentemente, o consumo e a inflação. Ao mesmo tempo, foram anunciadas novas regras que aumentam as exigências para os bancos concederem empréstimos de longo prazo.

No entanto, ele acredita que a media é positiva para conter a inflação e, tão importante quanto, segurar a inadimplência. “O setor automobilístico não foi responsável pelo aumento da inflação, pois os preços dos veículos foram reajustados abaixo dela e há produto suficiente no mercado para evitar a cobrança de ágio. A medida do governo foi claramente para segurar a inadimplência e evitar uma bolha, como aconteceu nos Estados Unidos”, analisa o presidente da Ford do Brasil.

Mesmo sem o temor de uma crise de crédito, Oliveira guarda segredo sobre quantos lançamentos a Ford prevê para o ano que vem. Porém, o presidente da companhia ressalta que eles seguirão a linha adotada pela Ford no mundo inteiro, baseada em “qualidade, sustentabilidade – a exemplo dos motores Sigma, do Fusion Hybrid e do New Fiesta —, segurança e criatividade, com excelência nos desenhos e tecnologias inteligentes acessíveis ao consumidor.”
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