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Estudo do Banco Mundial aponta quatro desafios da educação no Brasil

G1

Estudo do Banco Mundial divulgado nesta segunda-feira (13) aponta a qualidade do ensino secundário, a eficiência do gasto público, a qualidade dos professores e a educação infantil como os quatro desafios mais importantes da educação brasileira.

A avaliação é de um novo relatório do Banco Mundial, o primeiro após a divulgação dos dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que apontaram o Brasil como um dos países que mais evoluiu nos resultados educacionais entre 2000 e 2009.

Os dados são apresentados pelo diretor do Banco Mundial para o Brasil, Makhtar Diop, e pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, no Ministério da Educação, em Brasília.

O estudo "Chegando a uma educação de nível mundial", na tradução oficial, também aponta que o Brasil fez progressos na educação básica nos últimos 15 anos, mas ainda tem um longo caminho a percorrer para atingir seu objetivo de chegar ao nível dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) até 2021.

Em relação à qualidade dos professores, o relatório nota a necessidade de atrair pessoas mais capacitadas para ensinar e também aponta políticas inovadoras adotadas por estados tais como São Paulo, Minas, Pernambuco e o município do Rio, que introduziram programas de bônus para professores.

Em relação à educação infantil, o Banco Mundial observa que o Brasil está aumentando rapidamente o ensino pré-escolar e a cobertura das creches, mas seria preciso um maior foco sobre a qualidade desses serviços (incluindo os currículos, formação e supervisão de monitores e educadores, o acompanhamento e avaliação de programas).

Com a transição demográfica, que produzirá uma redução da população de idade escolar na próxima década, o Banco sugere usar os recursos que serão liberados para aumentar a qualidade -- sobretudo do ensino secundário. Uma prioridade poderia ser o oferecimento de ensino integral diurno para os 42% de alunos do secundário que atualmente cursam escola noturna de quatro horas.

“Principalmente, é preciso maximizar o impacto das políticas federais na educação básica e manter o atual rumo de equalização de financiamentos, monitoramento de resultados, e transferências de rendas, que vêm sendo altamente eficazes”, disse Makhtar Diop, diretor do Banco Mundial.

Segundo o estudo, o Brasil teve o mais rápido aumento do nível educacional médio da força de trabalho em todo o mundo (ultrapassando a China, que detinha o recorde nas décadas anteriores), passando de 5,6 para 7,2 anos de escolaridade de 1990 a 2010. Ao mesmo tempo, o Brasil atingiu a cobertura universal da educação primária e teve forte progresso no aumento da conclusão do ensino primário (de 40% para 72%), e obteve a mais rápida expansão das matrículas no secundário da América Latina. Porém, ainda é preciso evoluir em alguns pontos, de acordo com o relatório.
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