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No Twitter, políticos criticam reajuste de 61% a parlamentar

Terra

A aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto que reajusta os salários dos membros do Congresso, do presidente da República, do vice-presidente e dos ministros, na tarde desta quarta-feira, repercutiu entre políticos. Eles usaram a rede de microblogs Twitter para comentar a medida, que iguala os ganhos aos vencimentos dos membros do Supremo Tribunal Federal (STF). O novo salário passa a ser de R$ 26,7 mil.

"O salário é relativo. Alguns produzem tanto que mereceriam mais. Outros não justificam o que ganham", escreveu em sua página o senador Alvaro Dias, líder do PSDB na Casa. "Repito sou contra o reajuste do salário dos parlamentares, sem a extinção da verba indenizatória e o auxilio moradia", completou em seguida.

A senadora Marina Silva, que concorreu à Presidência pelo PV no último pleito, usou sua página na rede para criticar o projeto. "Elevar o salário dos congressistas em 62%, como quer a Câmara, é fora da realidade. É afronta à necessidade de conter gastos orçamentários", escreveu. Logo depois, ela acrescentou: "Para reajustar a remuneração, parlamentares devem seguir proposta de autoria do PSOL, que prevê a correção pela inflação acumulada no ano".

Logo após a decisão, o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) criticou em seu perfil a aprovação. "Câmara se auto-concede aumento de 62%. Votei e discursei contra", escreveu.

Outro que se posicionou contra foi o senador Fernando Gabeira (PV-RJ). Em seu blog, ele escreveu que o momento da aprovação foi escolhido "com cuidado", como no horário que os jornalistas não estavam no local. "O cuidado maior foi na escolha do mês e do dia. Foi no 13 de dezembro de 1968 que os militares assinaram o AI-5. A época é boa porque, de um modo geral, não há repercussão negativa que sobreviva ao espírito de Natal. Os deputados que votaram o aumento sabem bem que vão ser criticados , intensamente, mas sabem também que tudo é esquecido, quando os sinos bimbalham", afirmou em sua página.

A votação de hoje foi simbólica, após um acordo entre os líderes das bancadas. Se a medida for aprovada no Senado, não precisará do aval do presidente da República e começa a valer a partir de fevereiro de 2011.

Com a medida, os parlamentares, que atualmente ganham R$ 16,5 mil, receberão um aumento de 61,8%, o presidente da República, que ganha R$ 11,4 mil, recebe 134,2% de aumento. Já os ministros, que recebem R$ 10,7 mil, ganham um aumento de 149,5%. Os ministros do Supremo Tribunal Federal recebem R$ 25,7 mil.
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