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Tim Lopes é homenageado em missa no Complexo do Alemão

G1

Pela primeira vez, uma missa em homenagem ao jornalista Tim Lopes foi celebrada no Conjunto de Favelas do Alemão, o local onde ele foi assassinado e que agora está livre do domínio do tráfico.

Foi difícil evitar a emoção ao entrar pela primeira vez na comunidade em que o irmão foi assassinado. Oito anos e meio se passaram.

Em junho de 2002, o jornalista Tim Lopes foi capturado por traficantes quando fazia uma reportagem sobre prostituição infantil, na Vila Cruzeiro. Mas foi no Complexo do Alemão que ele foi torturado e executado.

E só agora uma missa em memória do jornalista foi celebrada no Alemão. A homenagem se tornou possível depois da ocupação das favelas pela polícia há três semanas.

A presença das forças de segurança faz parte do dia a dia de quem vive na região. Na tarde deste sábado (18), a igreja de Nossa Senhora de Guadalupe abriu as portas em horário especial para celebrar a missa para Tim Lopes.

Amigos, parentes de Tim e também moradores da própria comunidade se encontraram no local para a homenagem. A integração entre diversas partes da cidade era também o que o jornalista buscava quando fazia suas reportagens.

“Cada rostinho que eu olhei é como se eu tivesse vendo Tim aqui, junto com a gente, porque foi por conta dessas pessoas que ele foi embora daqui”, disse a irmã de Tim Lopes, Tânia Lopes.

“Você pode entrar, subir aqui, conversar com as pessoas sem aquele carma do tráfico, sem o perigo, poder fazer com segurança para gente é muito importante”, diz Suzana Blass, presidente do Sindicato dos Jornalistas-RJ.

A missa dentro do Complexo do Alemão já é um sinal de que aos poucos o medo vai dando lugar à liberdade.
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