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Advogados ameaçados não obtêm proteção pessoal

Da Redação- Kelly Martins

A despeito de ter o escritório metralhado na noite de quarta-feira (22) e das ameaças de mortes recebidas, os advogados Isonildes Pio da Silva e Valéria Baggio Richter não obtiveram garantia de proteção policial pessoal por parte da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

“Não há possibilidade de fornecer esse tipo de proteção há todas as pessoas que vieram aqui pedindo isso. E não temos policiais suficiente para conceder proteção aos ameaçados”, frisou o secretário-adjunto da Sejusp, Alexandre Bustamante.

Nesta quinta-feira (23), o vice-presidente do Tribunal de Defesa das Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT), Luis da Penha, e o representante da Ordem, Marco Aurélio, juntamente com os advogados ameaçados estiveram reunidos na Sejusp em busca de providências quanto aos casos.

Pio da Silva teve o escritório metralhado por tiros na noite de ontem, por volta das 22h. Já Valéria vem recebendo ameaças de morte depois de conseguir na Justiça liminar em uma ação referente à reintegração de posse de um imóvel urbano na Comarca de Várzea Grande. A advogada também é parte no processo e proprietária do imóvel.
Nos dois casos foram registrados boletins de ocorrência e os crimes estão sendo investigados pela Polícia Civil.

O secretário-adjunto Alexandre Bustamante explicou em entrevista ao Olhar Direto que a falta de efetivo e aparato do Estado impedem que seja concedido a proteção policial, mas garantiu aos advogados que as investigações serão intensificadas pela Polícia Civil na tentativa de encontrar os acusados pelos crimes.

Determinou também patrulhamento e ronda ostensiva de policiais na região onde estão localizados os escritórios e as residências. Para a OAB –MT a falta de segurança tem colocado em risco os profissionais de Direito e deverá ser buscado judicialmente.

“Não conseguimos a segurança pessoal e vamos garantir isso judicialmente. Mas, as medidas de seguranças fornecidas vão contribuir para evitar que situações piores ocorram”, ressalvou o vice-presidente do Tribunal de Defesa das Prerrogativas, Luis da Penha.

Pio da Silva acredita que o fato ocorrido em seu escritório foi para tentar intimidá-lo e seria decorrente de duas ações as quais atua e são referentes a Lei Maria da Penha. Apesar de não querer mencionar nomes, dois suspeitos foram citados por ele à polícia para que sejam investigados.

“É lamentável que isso ainda ocorra no Estado e atenta contra a liberdade do profissional. Imaginei que sairia daqui com proteção pessoal, mas a ineficiência não permitiu”, criticou o advogado.

Valéria Baggio também relatou que as ameaças recebidas foram feitas pessoalmente e por telefone. Duas pessoas foram identificadas por ela e repassadas ao delegado José Abidias Dantas, responsável pela Delegacia Municipal de Várzea Grande, que investigará o caso.

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