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Notícias / Ciência & Saúde

Técnicas de defesa pessoal ajudam mulheres a evitar agressões

G1

A defesa pessoal já é um dos cursos preferidos de muitas mulheres. E infelizmente, as agressões não param de crescer. Em dez anos, 41 mil mulheres morreram vítimas de homicídios. Só a Central de Atendimento à Mulher registrou de janeiro à julho deste ano mais de 300 mil atendimentos.

A lesão corporal provocada por maridos e ex-namorados e as ameaças são as maiores reclamações das mulheres. O Jornal Hoje mostrou técnicas simples que podem ajudar a se defender uma agressão.

Dois anos de treino e Maya Nóbrega já tem mais força, mais coordenação e mais confiança. “É uma ótima técnica de defesa, você nunca sabe quando vai precisar. Lógico que você não vai sair batendo em todo mundo na rua, mas é sempre bom assim, ter um jeito de se defender quando precisar”, comenta a estudante de arquitetura.

Numa situação em que a mulher precisa se defender, a força e o tamanho do homem podem ser neutralizados com algumas técnicas simples de defesa pessoal. O importante é manter a calma e surpreender o adversário.

Para reagir sem perder o equilíbrio é preciso afastar as pernas e flexionar os joelhos. O professor Max e Bia, faixa roxa em jiu jitsu, mostraram como se defender de um homem que tenta te agarrar pela cintura. Apoie uma mão na outra e afaste o agressor empurrando o queixo. Para não machucar as costas, ele vai ter que te soltar.

“Quando ela faz movimento de flecha, encaixa a mão no queixo, ela força a cervical. Então o agressor tentando alavancar, voltar para posição, tentando beijá-la, ele vai sentir uma dor muito forte na cervical, pode até se desequilibrar e cair sentado”, explica Max Trombini, professor de judô.

E como você reagiria se alguém te puxasse violentamente pelo pulso? Muito simples: a força da pegada está no polegar. Para se soltar no lugar de puxar, ceda e dê um tranco rápido na direção do polegar.

E quando alguém te segura pelo cabelo? Gire o braço por cima do braço do agressor e faça uma alavanca usando a outra mão como apoio para forçar para cima. “Pega ombro e cotovelo, aí com certeza o agressor solta o cabelo”.

Com o efeito surpresa, é fácil levar um homem ao solo. Bia segura a mão do professor com as duas mãos. Gira a palma para fora, em direção ao chão e ele vai junto.

Pamela Mascara, supervisora de atendimento, comenta: “Com o jeito que ele acabou ensinando, dá pra fazer, não importa o tamanho, na hora, você acaba conseguindo sair da situação, da forma como ele estiver te pegando. Precisa um pouco de força”.

Bia e o professor simulam que o agressor está estrangulando a vítima. Ela cruza os braços sobre os braços dele, segurando pelos cotovelos. Rapidamente entrelaça os pés atrás da nuca, sobe o quadril e faz força com as pernas contra os braços dele, na altura da articulação. “É uma defesa. Dali você vai berrar por socorro, vai correr”.

A advogada Bia Zakka já foi assaltada, mas não reagiu. “Ele chegou com uma arma na minha cabeça. Uma 38. Nessas ocasiões eu nem recomendo reagir”.

Como denunciar

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 – funciona 24 horas por dia, de segunda à domingo, inclusive feriados. A ligação é gratuita e o atendimento é de âmbito nacional. O órgão funciona com atendentes capacitadas em questões de gênero, nas políticas do Governo Federal para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência contra a mulher e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres.

Outras informações podem ser obtidas na Secretaria de Políticas para as Mulheres.


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