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Datas comemorativas lideram apostas da Mega da Virada em SP

G1

Quanto vale um sonho? O do professor José Francisco Querido, de 66 anos, tem custado até agora R$ 84. Na tarde desta quinta-feira (30), ele estava em uma casa lotérica de São Paulo para jogar pela 42ª vez na Mega-Sena da Virada, que premiará o sortudo ou os sortudos com R$ 200 milhões. Cada bilhete custa R$ 2. Querido diz não ser supersticioso. Mas além de apostar com números de datas comemorativas, ele acredita nas dicas do pai, já falecido. “Eu sonho com ele e ele me diz os números que devo jogar”, conta.

Cliente conhecido, Querido fez sua aposta na Margô Loterias, no Centro da capital paulista. Quando o pai não “sopra”, o professor vai no tradicional mesmo: “Coloco sempre os mesmos números. E aposto na data de nascimento da minha filha e da minha esposa”. O bilhete fica na carteira. “Não tenho superstição, não ponho santos no meio”, esclarece.

Mas nem todos são céticos. A corretora Sônia Mello, de 43 anos, estava na mesma lotérica e não escondia a esperança em se tornar uma “milhardária”. “Sempre jogo com os números da minha numerologia e também em datas de aniversário. É a primeira vez que faço a Mega-Sena da Virada e ia adorar se ganhasse sozinha”, brinca a apostadora.

O sorteio dos R$ 200 milhões será na noite desta sexta-feira (31) e a chance de virar 2010 com muito dinheiro no bolso anima a economista aposentada Walda Rosa, que também preenche as dezenas com datas de aniversários da família. Às vezes, varia. “Faço o jogo com os números da conta do banco. É uma conta que tenho há anos e nunca me deu problemas. Se bem que a poupança não tem rendido nada."

Trevo de quatro folhas

O proprietário da Margô Loterias, Giancarlo Giacummo, era um dos mais animados na loja. E esperançoso. Afinal, da lotérica dele saiu um jogo premiado de R$ 23 milhões no ano passado. “Cada cliente tem um perfil de jogar. Geralmente, jogam com as datas de nascimento dos filhos, netos e esposas. Tem uma cliente que traz santinhos e espalha pela loja toda. É bom que protege”, diz.

Para “dar sorte”, ele distribui aos apostadores mais fiéis um calendário de bolso com um “trevo de quatro folhas orgânico”. “É para colocar na carteira”, ensina Giancummo, que calcula em 15% a mais o movimento de clientes neste ano na loja.

A cozinheira Tânia Chaves Teixeira, de 33 anos, levou as duas filhas pequenas para a lotérica. “Se eu ganhar, quero parar de trabalhar e cuidar das minhas filhas. E meu sonho de consumo para 2011 é uma casa porque moro de aluguel. Pode ser em São Paulo mesmo.” Precavida, Tânia deixa o bilhete com o jogo feito dentro da bolsa, bem à vista. “É para não perder e esquecer de ver o resultado”, explica.

Dicas da chefe

Ainda no Centro de São Paulo, a reportagem do G1 percorreu algumas lotéricas e não viu longas filas. Na Rua Boavista, Zizi Oliveira, de 27 anos, fazia sua aposta pela primeira vez. Não tinha superstição, mas, por via das dúvidas, seguiu os números ditos pela chefe. “Ela joga sempre, são de sorte e fiz igual”, conta a auxiliar administrativa.

Atrás dela na fila, Alexandre Alencar, de 36 anos, diz que compraria uma casa com a bolada, viajaria com a família e talvez investisse na Bolsa. Mas não resistiu à brincadeira ao ouvir que Zizi viajaria com a chefe se ganhassem o prêmio (elas jogaram juntas). “Quem sabe eu não vou junto?”, fez a sugestão Alencar, diante do rosto envergonhado da moça.
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