Imprimir

Notícias / Política BR

De volta ao governo, Palocci diz que vai adotar postura discreta

R7

O novo ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, prometeu seguir um estilo de trabalho diferente de seus antecessores, optando por implementar um comportamento mais de conselheiro da presidente Dilma Rousseff.

- A Casa Civil não é um ministério autônomo, com ideias próprias. É um órgão da presidência da República. À esta Casa Civil cabe uma ação mais interna, com objetivo de servir a presidente em suas necessidades.

Palocci tentou afastar possíveis comparações com o ex-ministro José Dirceu, afastado da Casa Civil no governo Lula e réu no processo do Mensalão. Ao contrário do colega de partido, Palocci fez questão de dizer que não exercerá qualquer diálogo político com o Congresso Nacional, deixando a função para o ministro das Relações Institucionais, Luís Sérgio.

- Apesar de considerar de boa fé, esclareço que essa imputação não é real. Sei que ela decorre de minha atuação na montagem do ministério da presidente Dilma, mas minhas atitudes foram e serão por determinação dela. O relacionamento com o poder legislativo certamente exigirá a atuação de todos os ministros e ministras, mas sempre sob a coordenação do ministro Luís Sérgio. Meu amigo, conte com meu apoio, mas a bola é toda sua.

O ministro também anunciou a distribuição de funções dentro do governo. Como já havia sido divulgado, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o programa Minha Casa, Minha Vida passarão para o Ministério do Planejamento, sob comando de Miriam Belchior. O Arquivo Nacional e o Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia), que estavam na Casa Civil, voltam para o Ministério da Justiça e para o Ministério da Defesa, respectivamente.

A veia brincalhona de Palocci apareceu na hora de anunciar a transferência da Secretaria de Administração da Casa Civil para a Secretaria-Geral da Presidência, que será comandada pelo ministro Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete do ex-presidente Lula e principal ligação de Dilma com os movimentos sociais e religiosos.

- Ela estará nas boas mãos do dileto amigo, conselheiro de alto nível e gestor de primeira grandeza, além de nossos guia espiritual Reiterando o estilo discreto que pretende impor durante sua gestão, Palocci avisou que concederá entrevistas apenas com a ordem expressa de Dilma.

- A Casa Civil não deve expressar opiniões próprias e nem emitir opiniões sobre todas as coisas. Serei extremamente econômico em matéria de entrevistas e pronunciamentos. Somente o farei quando expresso pela minha chefe, a presidente Dilma. Minha postura de economia de palavras é inerente à posição desta Casa.

Público graúdo

Em sua despedida, o ex-ministro Carlos Eduardo Esteves Lima não citou sua antecessora e ex-chefe, Erenice Guerra, que saiu do governo sob suspeita de tráfico de influência e facilitação de contratos do governo com lobistas. O ex-ministro fez um discurso burocrático, ressaltando as funções da Casa Civil, e agradeceu ao ex-presidente Lula pelo cargo. Palocci anunciou que Esteves Lima será seu assessor especial.

A cerimônia contou com a presença de ministros como Miriam Belchior (Planejamento), Paulo Bernardo (Comunicações), Edison Lobão (Minas e Energia), Alexandre Padilha (Saúde), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Além deles, vários empresários também compareceram à transmissão de cargo, como Roger Agnelli, da Vale, Jorge Gerdau, da Gerdau, e José Luís Cutrale, dono da maior esmagadora mundial de laranja.

Imprimir