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UDR vê risco de confronto em invasões do MST

R7

O presidente da UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antonio Nabhan Garcia, alertou neste domingo (9) para o risco de enfrentamento entre sem-terra e fazendeiros durante a jornada de ocupações conhecida como "janeiro quente" do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra).

Na semana passada, militantes invadiram três fazendas e dois prédios públicos no interior de São Paulo. A mobilização para pressionar o governo paulista a acelerar a reforma agrária vai continuar até meados do mês, conforme anunciou o movimento.

De acordo com Garcia, muitos fazendeiros que já sofreram invasões estão dispostos a impedir uma nova ocupação.

- O proprietário pode exercer o direito legítimo de defesa da propriedade, mas nosso receio é de que possa acontecer alguma fatalidade.

Para o ruralista, como as invasões são anunciadas com antecedência, o governo tem o dever de agir para evitar que aconteçam.

- As lideranças desses movimentos são conhecidas.

Ele criticou a decisão da nova secretária estadual de Justiça e da Defesa da Cidadania, Eloísa de Souza Arruda, de convidar as lideranças dos movimentos para uma reunião, na próxima terça-feira.

- É inaceitável que o governo chame para o diálogo quem está fora da lei.

Segundo ele, o Estado contribui para o conflito no campo ao reivindicar terras supostamente devolutas, como as do Pontal do Paranapanema.

No ano passado, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) acatou ação movida pelo Estado e declarou devolutos 92,6 mil hectares no Pontal. As terras se tornaram alvo do MST.

- Os produtores trabalham nessas terras há mais de 100 anos, mas o governo se apega a um problema ocorrido nos tempos do império para alegar que são áreas públicas.

A secretária da Justiça não foi localizada, mas a reportagem apurou que ela também se reunirá com representantes dos ruralistas, na próxima quinta-feira.
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