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Notícias / Economia

Venda de veículos não cresce mais por causa dos juros e tributos, aponta CDL e Sincodiv

Da Assessoria

Se o setor de automóveis, em nível nacional, comemora o aumento das vendas de 2010 em comparação a 2009, em Mato Grosso, os empresários da área também fazem uma avaliação positiva com algumas restrições. Mas, indicam que as vendas poderiam em maior número se as políticas de juros e tributária estadual fossem outras, conforme coloca o diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas-CDL Cuiabá, Paulo César Boscolo.

Segundo Boscolo a comercialização mais destacável no Estado foi no ramo dos pesados – 15,2%. A Rota Oeste, casa Scania em Mato Grosso, confirma os bons números em relação a 2009. Segundo o gerente Wilson Araújo, o resultado no comparativo de vendas de caminhões entre 2010 e 2009 é de acréscimos de 60%. “No Brasil, a Scania lidera o ranking de veículos pesados, com crescimento de 85% nas vendas nacionais”, aponta.

Mas, conforme esclarece Boscolo os bons números - os 3.211 pesados emplacados - mascaram a falta de competitividade dos concessionários de Mato Grosso. “Além do alto custo de ICMS das peças, o preço do combustível e de manutenção por quilômetro rodado têm permitido a invasão de frotistas de fora do estado e prejudicado as vendas de grandes caminhões nas concessionárias daqui”.

R20;Portanto, é interessante o número de vendas dos chamados veículos pesados (caminhões e ônibus) mas, poderia ser maior não fosse o fato do ICMS sobre as peças e o combustível no Estado serem mais caros”, conclui Boscolo.

A questão tributária é apontada pela CDL Cuiabá como uma das grandes questões a serem tratadas em 2011 visando ao desenvolvimento do Estado e crescimento do Setor de Comércio e de todos os segmentos não somente o de veículos, conforme apontado pelo atual presidente da entidade, Paulo Gasparoto. Boscolo, que também é presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Mato Grosso (Sincodiv), afirmou que o setor de veículos e a Entidade trabalharão juntos este ano para sensibilizar o Governo e “mostrar que, por causa dos altos impostos, o estado tem prejuízos na competitividade e acaba perdendo recursos, porque melhores condições de comércio implicaria em mais empregos e mais renda”.

Casa Própria - Boscolo também falou sobre o crescimento das vendas em um ano em que os consumidores tiveram grandes ofertas do setor de imóveis. De acordo com seu levantamento houve uma migração do mercado de automóveis para o imobiliário, mesmo assim, a variação de 0,42% (considerando os chamados automóveis, comerciais leves, pesados e motocicletas) no índice de vendas, é considerada muito boa. “O apelo para atingir o consumidor em busca de um imóvel foi muito grande, isso provocou uma mudança de foco que refletiu no segmento de automóveis”, informa. De acordo com ele, essa situação já era prevista no início de 2010 e portanto não provocou surpresas na classe concessionária. “O ano foi muito positivo”, afirma.

Outra característica observada pelo presidente é que, em 2010, as pessoas investiram mais nos chamados “comerciais leves”, em vez dos automóveis. Segundo Boscolo, esses subclassificados, que tiveram um aumento de 9,06% nas vendas, são um pouco maiores e oferecem mais conforto aos usuários.

Em uma retrospectiva de 2010, é possível identificar três momentos de mercado. Até o mês de março, em virtude da ainda vigente redução do IPI, houve alta demanda de consumidores em busca do carro zero. Nos meses seguintes, sem incentivos, a comercialização estabilizou, acompanhando o ritmo da economia nacional. “Para fechar o ano, o anúncio da mudança nas regras de financiamento, aliado ao tradicional mês de férias em que todos querem um carro novo para viajar, provocou corrida às concessionárias”, afirma Boscolo.

CUIABÁ – A capital do estado, Cuiabá, acompanhou a normalização do mercado e emplacou -0,52% que em 2009. No último ano foram vendidos 31.164 veículos contra 31.327 em 2009. O responsável por puxar os números foi o segmento de automóveis, que emplacou 16.579 veículos, valor 6,27% menor que o registrado em 2009. Todos os outros segmentos apresentaram elevação no confronto anual.
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