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Presidente da Câmara vê 'coisas mais importantes' que debater passaportes

G1

O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou nesta segunda-feira (10) que existem “coisas mais importantes” para debater do que as denúncias de suposta utilização irregular dos passaportes diplomáticos por parlamentares e seus familiares.

Maia também disse “estranhar” as declarações do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, que comparou a expedição de passaportes diplomáticos pelo Itamaraty aos privilégios do Brasil colônia: “Àqueles que estão no poder, tudo será dado.”

“O Brasil tem coisas mais importantes do que discutir isso neste momento. A Câmara trabalha, nesse assunto, estritamente dentro da lei. Muito me estranha que o presidente da OAB tenha feito declarações somente à Câmara e não aos outros poderes que também gozam dos mesmos direitos”, afirmou Maia.

Em campanha para permanecer no comando da casa a partir de fevereiro, as declarações de Maia manifestaram sua intenção de defender os deputados das críticas diante da utilização de passaportes diplomáticos em viagens de turismo. O passaporte é expedido pelo governo para ser utilizado pelos parlamentares em viagens oficiais de trabalho.

Presidência da Câmara
Ainda nesta tarde, Maia conversou com o vice-líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e com o colega de petista Arlindo Chinaglia (SP).

Maia foi indicado pelo PT para ser o candidato do partido na eleição da nova Mesa Diretora. A candidatura do gaúcho faz parte de um acordo de revezamento entre petistas e peemedebistas – PT comandaria o primeiro biênio; o PMDB, o segundo --, mas pode ser ameaçada pela insatisfação dos aliados com a partilha de cargos no governo federal.

Como a escolha do presidente é realizada a partir de votação secreta, há risco de traição por parte de descontentes. Tanto para Chinaglia quanto para Cunha, porém, essa possibilidade existe mas é remota.

O petista lembra que uma eventual traição de peemedebistas não seria bom para nenhum dos lados, já que o PT também poderia retribuir na mesma moeda quando chegasse a vez de o PMDB assumir a casa.

“Tem dois partidos que têm muito a perder se houver uma divisão. Primeiro, o PT. Mas, em segundo, o PMDB, porque como é que ficaria o PMDB se o acordo não fosse cumprido? Em tese, o próximo candidato será do PMDB, e pretendemos que seja também uma candidatura única”, disse Chinaglia.

O vice-líder do PMDB reagiu na mesma linha: “O PMDB já se manifestou em favor da candidatura do presidente Marco Maia. Não estamos discutindo nesse ponto. Claro que sempre haverá divergências, mas o PMDB em sua maioria estará sempre unido.”
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