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Notícias / Educação

Professora doa livros de difícil acesso ao Laboratório de Paleontologia

Da assessoria

Os usuários do Laboratório de Paleontologia do curso de Geologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) passam a contar com um acervo de obras que não podem mais ser compradas por estarem esgotadas. Tratam-se de livros doados este mês pela professora aposentada do Departamento de Geologia Geral, Raquel Quadros, que ingressou na UFMT em 1977, onde atuou até 1998. Sua área específica é a dos braquiópodes, seres invertebrados dotados de conchas, que embora se assemelhem aos moluscos têm estrutura interna bem diferente, segundo os estudiosos.

A professora e pesquisadora Raquel Quadros doou toda sua coleção da área de Paleontologia - incluindo animais, vegetais e vestígios deles - os martelos e alguns fósseis, informa a professora Silane Silva Caminha, contratada em março de 2010 para a área de Paleontologia do curso de Geologia. Ela ressalta que todo o material será de grande valia para os estudantes de graduação e de pós-graduação.

No campo do ensino, o Laboratório de Paleontologia recebe cerca de 50 alunos de graduação que vão a campo, fazem a coleta, preparam e identificam o material encontrado. Além disso, o Laboratório recebe estudantes do ensino fundamental e médio em visitas de estudos, como ocorreu no ano passado por ocasião da feira de cultura organizada pelos alunos do Programa de Educação Tutorial (PET) de Geologia.

Essa atividade se caracteriza como extensão. No âmbito da pesquisa, busca coletar fósseis, independente do grupo (vertebrados, invertebrados etc.) para que sejam identificados por especialistas e inserir o máximo de alunos na iniciação científica, diz a professora Silane.

Graduada em Biologia com mestrado em Botânica e doutorado em Ecologia pelo Instituto Nacional de pesquisas da Amazônia (INPA), Silane Silva atua na área de Palinografia, um campo da Paleontologia que estuda o pólen e os esporos, a partir dos quais é possível descobrir a origem dos ecossistemas e suas diversidades. “O pólen e os esporos se conservam e a gente pode estudá-los ao longo dos milhões de anos”,
 explica a professora. Ao detectar-se um tipo de pólen ou esporo, sabe-se que naquela época havia determinada espécie. Parte do seu doutorado foi realizado no Smithsonian Tropical Research Institution (STRI), que fica no Panamá e é vinculado ao Smithsonian americano, que completa 100 anos.

Em 2010, por meio do laboratório, teve aprovados dois projetos: Um pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat), para saída a campo e coleta de fósseis, para estrutura do laboratório (já em reforma) e para equipamentos. A Fapemat oferece ainda, apoio técnico por meio do trabalho de uma bióloga recém-formada que atua no laboratório. O outro projeto foi aceito no âmbito do Edital Universal do CNPq, que visa ao fortalecimento da paleontologia nacional. Recebeu convite da Universidade de Brasília (UnB) para participar de projeto de projeto apoiado pela Petrobrás que tem como objetivo o estudos sobre a origem da vida. Também com a UnB, deve iniciar convênio para intercâmbio de estudantes.
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