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Piadista, Alessa abre o Fashion Rio sem fazer jus à moda carioca

Uol noticias

 A carioca Alessa já fez coleções interessantes, como a do Verão 2006, quando abriu a própria casa e ateliê para receber os convidados numa performance que mostrava suas criações. A estilista sempre gostou de fazer uma graça e começou sua carreira de estilista vendendo calcinhas bonitinhas que causavam verdadeiro frisson entre as mulheres do Rio e de São Paulo. As camisetas com frases divertidas, com o estilo publicitário vindo da profissão de Alessa, também faziam parte de sua marca-registrada.

Passaram-se os anos, as calcinhas (ao menos nos desfiles) foram abandonadas, as t-shirts ficaram. Veio a necessidade de acrescentar mais proposta de moda ao espírito engraçadinho das roupas da designer. Isso já aconteceu, tanto na performance emocionante de 2006 (as roupas diziam menos que a mensagem, mas a imagem era impactante, nova, e não só de roupas é feita a moda, não é mesmo?) quanto na coleção inspirada no dinheiro de alguns anos atrás, desfilada dentro de uma loja de carros, exagerada, debochada e com boas peças.

Responsável pela abertura do Fashion Rio nesta edição para o Inverno 2011, Alessa, porém, não fez jus à boa safra de moda carioca que vem surgindo nos últimos anos, comprovada tanto em nomes já consagrados como Osklen (que desfila em São Paulo), Cantão e Reserva quanto na reinaugurada British Colony de Maxime Perelmuter e nos estilistas do Rio Moda Hype. O estilo piadista foi misturado a uma intenção de elegância luxuosa numa coleção inspirada pelos prazeres e lembranças da infância provocados pelos bombons, balas e outras guloseimas doces.

Fazer piada e ser chique ao mesmo tempo, no entanto, é tarefa para pouquíssimos. Bom humor e elegância, sim, não só podem como devem andar juntos, e isso acontece com mais facilidade, já que no segundo caso há mais possibilidades de sutilezas. No caso de Alessa, há alguns acertos como o correto macacão de paetês rosa velho que abre o desfile, um vestido longo com elegante combinação de marrom, preto e branco, com babado no decote e cintura marcada, acompanhado de estampa engraçadinha de doce e um macacão preto com estampa de coração flechado, com boa modelagem. No restante das peças, a pelúcia com aspecto gasto em casacos transpassados parecia a de roupões velhos desses que se usa em casa. A combinação de cores também resultou pesada e as camisetas com interjeições como "humm", um pouco sem graça. Na modelagem, nada que valorizasse a mulher, mesmo o tipo da moda de Alessa, mais desencanada, divertida, porém vaidosa e com vontade de ficar mais bonita e/ou interessante.
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