O senador Fernando Collor (PTB-AL) admitiu que errou na relação com o Congresso Nacional no período em que ocupou o cargo de presidente da República (1990-1992). Segundo ele, a falta de aproximação foi determinante para sua saída do Executivo.

'Já tinha sido prefeito e governador e também não me aproximava muito da Câmara e da Assembleia. Fiz a mesma coisa com o Congresso. Essa falta de aproximação foi realmente o ponto fulcral para que o golpe parlamentar pudesse ser efetivado em dezembro de 1992', disse Collor durante entrevista para a 'GloboNews'.

O ex-presidente deixou o cargo após sofrer um processo de impeachment em meios às denúncias de corrupção envolvendo o tesoureiro de sua campanha, Paulo César Farias. Collor classificou o dia seguinte após deixar o poder como traumático. 'Foi como se o mundo tivesse desabado nas minhas costas', declarou.

Para o senador, o momento mais triste daquele período foi quando estava no helicóptero no caminho para a Casa da Dinda e pediu ao comandante que sobrevoasse uma obra próxima. No entanto, o comandante alegou que não podia, pois não tinha combustível suficiente

'Foi aí que realmente caiu a ficha. Não tem volta. Neste momento, estava somente afastado da presidência. Enquanto transcorria o julgamento do processo, continuava presidente, mas afastado temporariamente das funções. Quando o piloto disse isso, tive certeza que não voltaria', recordou.

Durante a entrevista, Collor também ressaltou que não esperava voltar à política, mas foi levado pelo destino. Além disso, afirmou que não pensa em concorrer novamente à Presidência.