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Com desafios globais, G8, G20 e UE terão novos comando a partir do dia 1°

Folha Online

A Itália receberá do Japão a Presidência do G8, cujo comando exercerá durante 2009, um ano que será da "geometria variável", afirmou nesta quarta-feira o ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini.

O G8 inclui os sete principais países industrializados (Estados Unidos, França, Itália, Alemanha, Grã-Bretanha, Canadá e Japão) e recebeu em 1997 o ingresso da Rússia. Países como a China, Índia e Brasil defendem que o fórum para a discussão da crise econômica mundial e dos desafios globais seja ampliado para incluir os principais emergentes.

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disse ter uma meta clara: "Como presidente da vez do G8 em 2009 farei o possível para que o presidente [dos EUA, Barack] Obama e o Presidente russo Dmitri Medvedev voltem ao diálogo, superando disputas prejudiciais para o mundo", disse, referindo-se à oposição russa à expansão da presença americana em países que eram satélites da União Soviética.

G20
A liderança do G20 será repassada também nesta quinta-feira. O Reino Unido assume no lugar do Brasil a presidência do grupo de países que, a depender dos emergentes, estará à frente do combate aos desafios globais, como a crise financeira internacional. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, marcou para 2 de abril uma reunião do grupo em Londres, em que pretende discutir uma 'reforma em grande escala da arquitetura econômica internacional'.

Os britânicos substituem o Brasil, sob cuja Presidência anual se organizou em 2008 a cúpula de novembro em Washington na qual o Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países mais ricos e os principais emergentes) tentou encontrar uma fórmula comum para enfrentar a crise financeira internacional.

Londres quer que os acordos firmados em Washington não fiquem em uma mera declaração de intenções e a reunião de abril é muito importante para Brown, que conseguiu recuperar seu crédito político interno ao ser percebido como um dos líderes mundiais mais ativos na busca de soluções contra a crise.

O escritório do primeiro-ministro afirmou nesta quarta-feira, a menos de 24 horas de assumir oficialmente a Presidência do G20, que o objetivo da reunião de Londres será duplo.

"Serão revisados os progressos do Plano de Ação para o reforço da regulação financeira e se tentará estabelecer um processo claro para a reforma das instituições financeiras internacionais para que estejam preparadas em uma era de capitalismo global", disse em comunicado.

União Européia

A Presidência rotativa da União Européia (UE) passa a partir desta quinta-feira para um país que se apresenta como um dos maiores opositores de uma integração mais ampla entre os países, com mecanismos supranacionais de poder. A República Tcheca, comandada pelo "euro-cético" Vaclav Klaus, substitui a Presidência francesa, que foi marcada pelo dinamismo --e, segundo os críticos, megalomania-- do presidente Nicolas Sarkozy, com inúmeros desafios, a começar pela ameaça iminente de uma crise de gás com a Rússia.

Após meses de preparativos, o antigo país comunista e membro da UE desde 2004 está pronto para o 'teste de resistência" de seis meses, declarou o vice-primeiro-ministro tcheco Alexandr Vondra após a última reunião da organização semana passada.

Os tchecos se esforçaram nas últimas semanas para amenizar os temores sobre sua capacidade de ocupar o lugar da França à frente da União em plena crise econômica e institucional, com a dupla defasagem de não pertencerem à zona do euro e de ainda não terem se pronunciado sobre o Tratado de Lisboa.

Praga escolheu como grande prioridade a segurança energética e acompanha de perto o último desenrolar da guerra do gás entre Moscou e Kiev. Ela vai administrar as repercussões para os países europeus em caso de suspensão das entregas de gás russo à Ucrânia.

"Moscou, que sempre jogou com as divisões da Europa, principalmente em termos de energia, pode testar Praga na questão do gás ucraniano", comentou um diplomata europeu, que não quis se identificar.

A Rússia vem ameaçando há vários dias suspender em 1º de janeiro as entregas de gás à Ucrânia se Kiev não acertar todas as suas contas, avaliadas em mais de dois bilhões de dólares.

A segurança energética está entre os temas a serem abordados no encontro informal dos ministros dos Assuntos Exteriores dos 27 países da UE, dia 8 de janeiro em Praga - a primeira reunião organizada pela presidência tcheca da União Européia, um dia após a noite de inauguração oficial.
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