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Notícias / Educação

Teste vocacional é coisa de quem entende do assunto

Terra

Testes vocacionais são uma ferramenta recorrente entre os jovens que chegam ao final do Ensino Médio sem saber qual carreira seguir. Porém, a variedade de ofertas de testes pode camuflar um fator importante de se levar em conta: testes psicológicos são de uso exclusivo de quem tem formação em psicologia.

A coordenadora do Programa de Orientação Profissional da UFMG, Delba Barros, afirma que não dá para confiar em qualquer questionário que se encontra na internet, salvo aqueles que terão a avaliação de um profissional da área. Entretanto, a orientação profissional pode ser feita também por pedagogos ou alguém que tenha alguma especialização no assunto.

O estudante Vinicius Covas, 19 anos, fez vestibular em 2008 e usou esse método para ajudar na escolha da profissão. "Tinha certa ideia de qual carreira queria seguir, a de Comunicação Social, e os testes confirmavam isso: área de humanas", lembra. Delba lembra que, sozinho, o teste não basta. "Ele é apenas uma parte do processo de orientação profissional. É como fazer um exame laboratorial. Se não for avaliado por um médico, aquilo não vai fazer sentido."

Mais do que indicar a carreira exata que o vestibulando deve seguir, a orientação profissional vai auxiliar a pessoa a ter mais recursos para refletir sobre o que é melhor para o seu futuro. "O teste ajuda a mapear habilidades e interesses", afirma. A partir disso, a decisão final sobre que curso seguir sempre é do indivíduo.

Tanto que Covas não seguiu exatamente os resultados do teste vocacional que fez, por causa da disputa acirrada por vagas em Comunicação Social. Depois de se inscrever para cursos bem diferentes entre si, como Educação Física e Produção Cultural, Covas decidiu deixar fazer a faculdade de Estatística. "Estou no quarto período, mas desejo agora trocar de curso, para Comunicação Social. É um curso que acredito que eu tenha certa vocação, e é a faculdade na área que o teste vocacional apontou."

Muitas pessoas duvidam dos testes vocacionais, porque creem que ele não trará nenhuma novidade sobre si mesmo. Porém, a psicóloga explica que todo mundo está acostumado às suas próprias características. "Às vezes, nem se nota que essa habilidade não é comum às outras pessoas e que, portanto, pode ser útil em uma carreira", conta.

Outra conclusão a que se pode chegar é que o estudante tem traços que se distanciam da profissão desejada. Há quem escolha uma área que exige trabalhar em grupo e que, na verdade, não lide bem com socialização. Entretanto, Delba garante que isso não é razão para desistir dos planos iniciais. "Só mostra que se deve entrar no curso ciente de que essa característica pessoal pode ser uma dificuldade e que, assim, o aluno deve estar atento ao problema."

Quem quer recorrer a esse tipo de serviço pode procurar universidades que ofereçam a faculdade de Psicologia, como a UFMG. Muitas delas oferecem orientação profissional e costumam ter um preço mais acessível do que os por profissionais em consultório ou são até gratuitos.
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