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Novo mínimo precisa ser discutido com ‘pé no chão’, diz Calheiros

G1

Com a abertura dos trabalhos no Congresso realizada nesta quarta-feira (2), o primeiro grande desafio de deputados e senadores será a discussão do novo salário mínimo. O governo propôs um reajuste de R$ 545, mas as centrais sindicais e setores do Legislativo defendem que esse valor avance até R$ 580.

Líder do PMDB no Senado, o senador Renan Calheiros (AL) afirmou nesta quarta que o reajuste do mínimo terá de ser discutido no Congresso de modo a recuperar seu o poder de compra: “O salário mínimo precisa ser discutido. A recuperação do seu poder de compra foi fundamental na retomada do crescimento. É importante que a gente aprofunde esse debate. Nós temos uma regra, precisamos mantê-la? Ou não vamos mantê-la? Qual é a solução emergencial para esse ano? Porque a solução para o próximo ano nós já temos, no rumo da recuperação.”

A política de reajuste do mínimo prevê a concessão de aumento com base na variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores mais a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). No entanto, para o reajuste específico para 2011 não há acordo, já que a economia brasileira, em 2009, não cresceu, abalada pela crise econômica mundial.

Para Calheiros, o Congresso precisa encontrar uma saída para o reajuste do mínimo neste ano, já que, para 2012, será possível calcular o aumento a partir dos resultados do PIB de 2010 e 2011: “Mas temos que discutir com o pé no chão, discutir isso, mas discutir mesmo”, avaliou o peemedebista.

O líder do governo no Congresso, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que a base governista terá de debater com responsabilidade o novo mínimo e aprovar o valor de R$ 545. Na avaliação de Vaccarezza, não há presença de “fogo amigo” suficiente para fazer com que a base rejeite a proposta do governo e acabe aprovando um reajuste maior para o salário.

As declarações de Calheiros ocorreram pouco depois de a presidente Dilma Rousseff ter anunciado, durante a leitura da mensagem do Executivo ao Congresso Nacional, que irá apresentar ao Legislativo uma proposta de "longo prazo" para reajustes do salário mínimo, de forma a garantir aumentos reais a cada ano.

"Vamos apresentar ao Congresso uma proposta de política de longo prazo de reajuste de salário mínimo", afirmou a presidente, durante a cerimônia de abertura dos trabalhos do Congresso.

Nos próximos dias, o governo deve enviar ao Legislativo a medida provisória prevendo o valor de R$ 545 para o mínimo. Ainda em seu discurso, Dilma afirmou que o mínimo terá "ganhos reais sobre a inflação”, que “serão compatíveis com a capacidade financeira do Estado brasileiro".
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