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Notícias / Cidades

Transplantado quer associação para pacientes renais crônicos

De Barra do Garças - Ronaldo Couto

O policial rodoviário aposentado Waldomiro Neves Moreira, 60 anos, se emociona, chora e agradece muito a Deus por ter conseguido em tempo recorde a doação de um rim que lhe salvou a vida. Moreira, que descobriu que estava com insuficiência renal crônica dos rins em 2003, conseguiu em três meses um rim compatível ao seu organismo e cujo transplante foi realizado em junho de 2010.

O patrulheiro, que foi chefe da 8ª delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Barra do Garças por 6 anos, decidiu contar a sua experiência para alertar a população sobre os cuidados com a doença. Segundo ele, até mesmo o baixo consumo de água pode afetar o funcionamento dos rins e destacou que as doenças diabetes e hipertensão (pressão alta) são as principais causas da insuficiência renal. “O meu problema foi em função da pressão alta sofrida há 10 anos sem tratamento”, conta.

Moreira disse que a sua insuficiência renal foi detectada em 2003 quando teve que se aposentar para tratar. Foram quatro anos como renal crônico (fase que os pacientes tomam vários medicamentos) para manter os rins funcionando. Em 2007, ele passou a fazer hemodiálise. “Foi a fase mais sofrida para mim e para minha família que sofreu junto comigo. Eu tive que mudar para Goiânia para continuar o tratamento”, relembra.

O quadro clínico do policial aposentado só piorava até que ele foi incluso na lista dos pacientes necessitados de um rim. “Eu pensei que ia morrer porque as histórias eram de pacientes há 10 anos na fila e alguns morriam sem conseguir um rim compatível, mas comigo foi um verdadeiro milagre”, agradece.

A cirurgia de Moreira foi realizada no hospital Santa Genoveva, em Goiânia-GO, por uma equipe de médicos de Goiás e São Paulo. O seu transplante foi considerado um sucesso com 93% de aceitação. Ele ainda tem que tomar alguns medicamentos para evitar a rejeição ao rim que ele recebeu de um homem de 41 anos que faleceu em função de um AVC, Acidente Vascular Cerebral.

Os braços de Moreira carregam as marcas, uma espécie de deformidade, devido as intensas sessões e a instalação de uma espécie de ‘mortozinho’ nas artérias para permitir o bombeamento mais rápido do sangue. Ele conta que não fica incomodado com a estética e não pretende corrigir o problema com uma cirurgia plástica.

Agora ele almeja ajudar aos pacientes renais e os transplantados criando uma associação no Vale do Araguaia para orientá-los. “Eu percebi a necessidade de ajudar outros irmãos porque há muita desinformação sobre os nossos direitos e infelizmente como eu, há muitos pacientes precisam de apoio”, acrescentou.
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