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Gasoduto explode na península egípcia do Sinai

Terra

Um dos principais gasodutos da cidade de Arish, no norte da península egípcia do Sinai, explodiou neste sábado sem deixar vítimas, informaram fontes oficiais à Agência Efe. As fontes não confirmaram uma informação da emissora de TV pública egípcia, que assinalou a possibilidade de o caso se tratar de uma sabotagem.

Segundo a emissora egípcia, alguns "sabotadores" explodiram o principal gasoduto que liga Arish à Jordânia, mas o país de destino do gás é fonte de confusão, já que as cadeias de TV Al Arabiya e Al Jazeera citam Israel como destino.

De acordo com a emissora pública egípcia, o incêndio ocorrido no gasoduto causou explosões no conduto de gás na zona do Sheikh Zauid, este sim fazendo a ligação com Israel através do Mar Mediterrâneo. Bombeiros foram destacados à zona para tentar apagar as chamas, e o gasoduto foi fechado para impedir o fluxo de gás. A coluna de fumaça produzida pelas explosões pode ser vista desde a Faixa de Gaza, a 70 km do local do acidente.

Desde que tiveram início os protestos políticos contra o regime de Hosni Mubarak, a Península do Sinai foi um dos pontos de instabilidade, com duros enfrentamentos entre os beduínos e a polícia. Na sexta-feira, um grupo de beduínos lançou granadas contra um quartel da segurança do Estado na cidade de Arish, enquanto em 29 de janeiro 12 pessoas morreram em um tiroteio com as forças de segurança.

Protestos convulsionam o Egito
Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, principalmente pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. O presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milharesde pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo.

O dia seguinte, 2 de fevereiro, no entanto, foi novamente de caos. Manifestantes pró e contra Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro. No dia 3, o governo disse ter iniciado um diálogo. A oposição negou. O premiê Ahmed Shafiq foi à TV e disse que a violência contribui para a "destruição do Egito". Sem maiores confrontos, o terror passou para o lado de alguns jornalistas, que foram agredidos, roubados e obrigados a sair do país. No dia 4, enquanto milhares participaram do "Dia da Saída", a UE pediu transição imediata e ElBaradei não descartou a candidatura à presidência.
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