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Sistema eletrônico não causou falha em carros da Toyota, diz investigação

Auto Esporte

Após uma investigação de 10 meses solicitada pelo Congresso, o governo dos EUA concluiu que não há ligação entre o sistema eletrônico e a aceleração involuntária observada em veículos da Toyota. Por causa do problema, a montadora número 1 no ranking mundial de vendas foi obrigada a fazer o recall mais de 8 milhões de unidades em 2009, incluindo o Brasil.

"Não há uma causa por via eletrônica para a aceleração inesperada nos Toyotas," disse o secretário de Transportes dos EUA, Ray LaHood, em um comunicado nesta terça-feira (8). "Nossa conclusão - de que os problemas da Toyota eram mecânicos, não elétricos - vem depois da investigação mais exaustiva, completa e intensa já realizada."

A apuração, que contou com a participação de engenheiros da Nasa, concluiu que as causas da aceleração involuntária são mecânicas, como defendido desde o começo pela fabricante. "Tapetes inadequados que prendem o acelerador e pedais que ficam presos continuam a ser as únicas causas conhecidas para este tipo de incidente perigoso de aceleração involuntária", disse a National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), agência que regula e fiscaliza o setor de trânsito no país.

Frenagem automática
Embora a Toyota tenha superado um obstáculo importante na questão de segurança, os reguladores e os engenheiros podem porpor que a fabricante equipe todos os veículos com sistema de frenagem automático, que permitira parar o veículo mesmo com o acelerador preso.

Os reguladores investigaram 89 mortes que podem estar associadas com a aceleração súbita nos veículos Toyota e Lexus, mas verificaram que até agora apenas um punhado delas estava ligadas ao problema do tapete.

Em agosto passado, quando 58 acidentes haviam sido investigados, o NHTSA afirmou que 35 não estavam relacionados com a aceleração involuntária do veículo.Foram inspecionados as unidades que tiveram todos os seus dados gravados em uma espécie de ‘caixa-preta’, como o dispositivo existente em aviões.

Acidentes causados por motoristas
De acordo com o departamento, em 14 acidentes os freios foram acionados parcialmente, o que indicaria que os motoristas confundiram os pedais do acelerador e freio. O relatório de agosto já destacava que o problema com a aceleração pode ter sido causado pelo mau posicionamento dos tapetes no assoalho e por um defeito na haste do acelerador que fazia com que a peça emperrasse.

Em outubro passado, a Toyota anunciou que resolveu o problema da aceleração involuntária. A montadora ainda enfrenta riscos significativos de dezenas de ações decorrentes das convocações. Os processos nos tribunais federais e estaduais somam indenizações de até US$ 10 bilhões.

Em dezembro de 2010, a empresa aceitou pagar US$ 32,425 milhões à NHTSA por acordos relacionados a duas ações que corriam contra ela -uma sobre uma eventual falta de agilidade em pedir o recall de veículos em 2005, devido a uma corrosão do sistema de direção, e outra pela demora para corrigir o problema da aceleração involuntária. "Mas [a montadora] não reconhece nenhuma violação de suas obrigações em relação à lei sobre segurança nos Estados Unidos", disse o departamento, em nota, à época.
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