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Em resolução, PT valoriza ‘legado’ de Lula e destaca ‘continuidade’ de Dilma

G1

No dia em que o PT completa 31 anos, o Diretório Nacional da sigla divulgou nesta quinta-feira (10) resolução na qual tenta desfazer o mal-estar provocado no partido pelas comparações entre a gestão do ex-presidente Lula e o governo Dilma Rousseff.

Em 26 parágrafos, o texto da cúpula petista converte os oito anos de Lula em “legado” e carimba no governo Dilma a “continuidade” das conquistas petistas. “O terceiro governo democrático e popular será o da continuidade e do aprofundamento da grande transformação iniciada há oito anos no país pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, registra o texto.

O documento provoca a oposição ao afirmar que as conquistas na política externa do governo Lula fortaleceram a imagem do Brasil no mundo, o que “a direita brasileira não aceita”. “Desvalorizar as profundas mudanças ocorridas no país nestes últimos anos e desconstruir a liderança política de Lula são essenciais para o plano da direita brasileira de voltar ao poder e interditar nosso projeto estratégico”, segue o documento.

Para afastar os rumores de divisões internas no PT e até existência de descontentes com as primeiras decisões do governo Dilma, a resolução trata a defesa do governo como prioridade dos petistas: “Cabe ao PT ser a principal base de apoio do governo Dilma.”

A cúpula petista anota no documento a vontade do partido em servir de “elo” do Planalto com a sociedade. “A tarefa de servir de elo particular de ligação com a sociedade, especialmente com as demandas dos trabalhadores”, mostra o documento.

Sobre os movimentos sociais, os petistas reconhecem que a sigla precisa “buscar o aprofundamento e a requalificação da relação com os movimentos sociais”.

O documento recheado de elogios ao presidente Lula e de palavras de compromisso com o governo Dilma foi elaborado durante uma longa reunião na sede nacional do PT, em Brasília. Apesar de evitar polêmicas, ao final do encontro o presidente nacional da sigla, José Eduardo Dutra, disse que a questão do apoio dos petistas ao reajuste do salário mínimo proposto por Dilma precisou ser levada a voto na reunião.

Segundo Dutra, os petistas não chegaram a polemizar sobre o valor proposto pelo governo de R$ 545, mas debateram a condução da política de valorização do salário mínimo, que prevê reajustes anuais baseados no resultado da inflação e no PIB de dois anos anteriores até 2014.

Ainda nesta tarde o PT realiza um ato político em Brasília para comemorar o aniversário do partido e restituir a Lula o título de presidente de honra da sigla. A presidente Dilma deve comparecer.
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