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Caçula da seleção permanente tem personalidade dentro e fora de quadra

Globo Esporte

Quem vê aquele menino de 15 anos e 1,92m chegando à quadra tem a sensação de já ter esbarrado com ele em algum lugar. Guilherme Saad ainda é um rosto novo no basquete brasileiro, mas a fisionomia faz lembrar um outro jovem talento, cinco anos mais velho do que ele e considerado uma joia: o espanhol Ricky Rubio. Para o caçula da seleção permanente sub-19, soa como um elogio. Mas em menos de uma semana de treinos em São Sebastião do Paraíso, o ala passou a ser chamado também de Fiuk.

Eu não gosto da música dele, não. Prefiro rock. Aqui todo mundo brinca com isso, mas tanto faz pra mim ser chamado de Ricky ou Fiuk. Eu aceito. Mas acho que me pareço mais com o Ricky. E ele joga muito - sorri.

Guilherme também. A atuação diante do Chile no Sul-Americano sub-15, no ano passado na Colômbia, impressionou o técnico José Neto. O Brasil perdia a partida até que ele converteu três bolas de três que levaram à vitória.

- Ele foi um dos melhores naquele campeonato. É um jogador diferenciado e tem potencial - afirmou o treinador.

Tem personalidade também. E frieza nos momentos decisivos. Gosta de ser assim, procurado quando a equipe mais precisa, influenciado por Marcelinho Machado e Michael Jordan. No mesmo ano em que Guilherme nasceu, o Rei do basquete anunciava o seu retorno às quadras após um ano de aposentadoria, liderando o Chicago Bulls na conquista de três títulos consecutivos. Em 1999, se retirou pela segunda vez, mas voltou em 2001 no Washington Wizards onde jogou até 2003. Guilherme ainda era pequeno, mas sabia que aquele jogador que via na TV não era um qualquer. E quis ver mais jogos dele. Comprou DVDs e tênis iguais, com o número 23 na parte de trás. Treina na seleção com um assim.

- Gosto muito de ver o Marcelinho jogar e me espelho bastante nele. Queria ter um chute muito bom e ser um matador de bola como ele. Do Michael Jordan eu sempre fui fã, sempre gostei dele. Tenho um monte de DVDs dele jogando. Mas também gosto do Splitter, Leandrinho, Varejão, Scola e Ginóbili, que é um jogador muito inteligente.

As influências são muitas até que ache sua própria identidade. Mas o pai, dono de uma escola em São Paulo, tem dado sua contribuição para que Guilherme desenvolva suas habilidades e aprimore seu talento.

- Meu pai contratou um técnico particular para me ajudar a treinar fundamentos. Quando eu vim para cá para passar seis meses longe de casa, minha mãe ficou com medo, mas meu pai sabia que era o melhor para mim desde que eu decidi que queria ser um profissional. E está sendo uma experiência boa. Estou podendo treinar como os mais velhos e isso vai me ajudar a melhorar. A rotina é muito forte porque o meu preparo físico é diferente dos outros, mas é muito bom estar aqui e aprender com o Rubén Magnano - afirmou o garoto, referindo-se ao técnico campeão olímpico que também está em São Sebastião do Paraíso.
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