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Aprovado em cursos diferentes deixa para escolher carreira na última hora

G1

Medicina na Unifesp ou engenharia de materiais na USP? A dúvida que o estudante André Braha Stoll, de 17 anos, plantou quando se inscreveu para vestibulares de várias universidades chega agora em um momento crucial. Ele foi aprovado nos dois cursos e tem até esta terça-feira (15) para definir, finalmente, que carreira pretende seguir. Ele e outros estudantes que foram aprovados em cursos bem diferentes um dos outros estão tendo de definir seu futuro na última hora.

André tinha quase certeza de que iria fazer engenharia, a profissão do pai e da mãe dele. Prestou e passou em engenharia de materiais na Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), na qual passou em primeiro lugar, e engenharia química na Universidade de Campinas (Unicamp). Mas o estudante também prestou para medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e foi aprovado. E agora?

“Na época da inscrição eu estava pensando mais em fazer engenharia, mas agora estou mais propenso a fazer medicina”, disse o estudante, que mora em Mogi das Cruzes (SP). A matrícula no curso de engenharia de materiais na Escola Politécnica da USP será realizada nesta segunda-feira (14) e na terça (15). A matrícula em medicina na Unifesp será na terça.

O estudante só pode cursar uma universidade pública. A família está dividida. “Minha mãe sempre quis ter um filho médico, e meu irmão quer que eu faça engenharia”, comenta André. “Tenho ouvido muita gente. Sei que me daria bem nas duas carreiras. Na verdade gostaria de trabalhar com biomateriais, que combina engenharia e medicina.”

Para o especialista em orientação vocacional Silvio Bock, é comum entre muitos estudantes deixar a decisão da carreira para a última hora. Ele ressalta que muitos vestibulandos se inscrevem em cursos das mais variadas carreiras e acabam deixando “o vestibular decidir”.

“Escolher uma profissão dá trabalho, e atirar para todos os lados ameniza a angústia e a ansiedade da escolha. Afinal, enquanto está só na fase de inscrição, o estudante não está escolhendo nada”, destaca. Bock diz que a escolha é um ato de coragem, e quando o estudante começa um curso sem muita convicção pode entrar em crise. “Não demora muito e ele passa a se questionar se é mesmo isso o que queria.”
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