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Notícias / Brasil

Cinco jornalistas já foram mortos este ano enquanto trabalhavam

Agência Brasil

Em apenas 46 dias de 2011, cinco jornalistas morreram no mundo enquanto trabalhavam. Em 2010, foram 44 profissionais de imprensa mortos, entre eles o brasileiro Francisco Gomes de Medeiros, da Rádio Caicó, no Rio Grande do Norte, por noticiar um assassinato. A organização não governamental (ONG) Comitê para a Proteção dos Jornalistas (cuja sigla em inglês é CPJ) concluiu ainda que só na onda de protestos no Egito e na Tunísia dois jornalistas morreram.

Das 44 mortes de profissionais de imprensa no ano passado, ainda há 31 casos em processo de investigação. Na América Latina, a Colômbia e o México são os que registram mais mortes de profissionais de imprensa nos últimos anos. De 1992 a 2010, foram 43 assassinatos, na Colômbia, e 24 no México.

No começo deste mês, os repórteres Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil, foram impedidos pelas autoridades egípcias de trabalhar no país. Ambos tiveram os olhos vendados, os documentos e equipamentos apreendidos, e ficaram 18 horas detidos em uma delegacia no Cairo. Depois de libertados, foram obrigados a voltar para o Brasil.

A jornalista Lara Logan, principal correspondente de assuntos internacionais da rede de televisão norte-americana CBS, recupera-se em um hospital, depois de sido estuprada no Egito durante a crise política no país. A direção da emissora de TV confirmou a informação e disse que a repórter conseguiu salvar-se com a ajuda de um grupo de mulheres.

No Brasil, o destaque é para as reações de autoridades às reportagens sobre denúncias de corrupção e desvios de conduta. No entanto, a ONG elogia os avanços registrados no país, como a transparência de dados definida pela Câmara dos Deputados e o direito de resposta assegurada em lei.

O relatório menciona ainda a prisão de Elizeu Felício de Souza, o Zeu, um dos acusados de assassinar o jornalista Tim Lopes, em 2002. O documento lembra que ele conseguiu fugir da prisão onde cumpria pena de 23 anos de detenção. Zeu foi recapturado durante a operação policial no Complexo do Alemão, na Penha.

Segundo o documento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve um resultado “misto de liberdade de imprensa”. “O governo [Lula] conduziu várias investigações bem sucedidas sobre assassinatos de jornalistas, representando um passo importante na campanha do país contra a impunidade. Mas a censura judicial ainda é um problema grave”, diz o relatório.

De acordo com a pesquisa da organização, os temas que mais motivam os crimes contra os profissionais de imprensa envolvem reportagens sobre política, cultura, corrupção, polícia e guerra, nesta ordem. Os percentuais variam de 48%, no caso das denúncias envolvendo políticos, até 25% sobre guerra.
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