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Alta dos custos de matérias-primas pressiona montadoras no Brasil

Auto Esporte

Assim como alimentos e produtos de limpeza, setores que têm como matérias-primas importantes aço, cobre, alumínio, plástico e borracha estão sendo pressionados a aceitar reajustes. No aço, há pedidos para aumentos médios de 10% e no alumínio, de 20%. "As pressões vêm de todos os lados e estamos numa sinuca de bico", diz o executivo de uma grande montadora. Quando o assunto é negociação, os executivos não gostam de se identificar nas reportagens.

Várias montadoras negociam com siderúrgicas aumentos do aço para abril, na casa dos 10%. Para o alumínio, os pedidos chegam a 20%, para serem aplicados já. Na visão de um fabricante de turbos, "trata-se de antecipação de uma suposta inflação futura".

O cenário de custos "está complicado", diz ele. Os fornecedores de peças não conseguem repassar aumentos às montadoras, que, por sua vez, não estão reajustando preços dos carros. "Se repassamos ao consumidor, derrubamos as vendas; se não repassamos, temos de cortar parte dos investimentos", diz outro representante de montadora.

Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, ressalta que a pressão de alta das commodities é geral e, diante da dificuldade de repasse de preços, "há uma tendência de perda de rentabilidade da indústria em escala global", principalmente no caso dos produtos industrializados mais elaborados, como automóveis, máquinas e vestuário.

"É um fator de distorção sobre a estrutura de custos que não deve se sustentar por muito tempo sem que as empresas tenham de recorrer à majoração de preços, ainda que a concorrência seja grande", afirma Silveira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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