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Notícias / Educação

Federal do RN elimina 1º lugar em medicina por suspeita de fraude

G1

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) eliminou na sexta-feira (18) o estudante aprovado em primeiro lugar em medicina por suspeita de fraude na documentação apresentada por ele. O jovem disse que estuda a possibilidade de recorrer da decisão.

Segundo o reitor da UFRN, Ivonildo Rêgo, Antônio Gomes da Silva Filho, de 21 anos, entregou certificado de conclusão da Educação de Jovens e Adultos (EJA), o antigo supletivo, na rede pública para se beneficiar do programa de inclusão social da universidade. Após denúncia, uma investigação mostrou que o estudante se formou no ensino fundamental e médio na rede privada em 2006. Outro estudante foi excluído do vestibular antes da divulgação do resultado pelo mesmo motivo. Outros seis são investigados.

Há cerca de cinco anos, o programa de inclusão da universidade dá bônus de 10% na nota final aos estudantes que passaram na primeira fase do vestibular e fizeram ensino fundamental e médio na rede pública. Em 2010, pela primeira vez, o programa passou a beneficiar também jovens certificados pelo EJA.

Silva Filho já havia sido aluno da UFRN, onde cursou o primeiro semestre do curso de odontologia em 2008. Cancelou a matrícula para se dedicar aos estudos para o vestibular de medicina. Com a nota que tirou no vestibular 2011, Silva Filho teria sido aprovado no vestibular de medicina sem necessidade do bônus, segundo a universidade.

O estudante disse que fez o exame do EJA no ano passado por ter se formado em uma escola particular de “baixa” qualidade em 2006. “Quando vi que existia a modalidade, quis refazer o ensino fundamental e médio. Então fui lá e fiz as provas”, afirmou.

O jovem afirmou que submeteu a documentação à universidade em setembro e em janeiro recebeu a resposta de que seriam aceitos. Depois disso, desistiu de fazer a segunda fase do vestibular na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e deixou de se matricular no curso de medicina da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), onde passou. “Estou me sentindo injustiçado porque aceitaram meus documentos”, disse.

Para o estudante, a universidade deveria aceitá-lo, já que teve pontuação no vestibular mesmo sem o bônus. "Aceito que tirem os pontos, porque realmente fiz escola particular, mas não precisavam me excluir."

Após o problema, a comissão que fez a investigação na universidade recomendou à reitoria que deixe de beneficiar com bônus estudantes formados pelo EJA. “Vamos analisar a recomendação para o próximo ano. Esse ano foi fácil o processo de cruzamento de informações”, disse o reitor da UFRN, Ivonildo Rêgo.

De acordo com a subcoordenadora de inspeção escolar da Secretaria da Educação do Rio Grande do Norte, Maria Auxiliadora da Cunha Albano, o documento de certificação no EJA de Silva Filho é regular, já que qualquer pessoa que comprove ter 18 anos ou mais pode fazer o exame. É só declarar que não tem o nível de ensino no qual pretende se certificar. "O problema é ele ter usado isso de forma esperta para se beneficiar no vestibular", disse.

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