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Julgamento de morte de cacique em MS entra em segundo dia em SP

G1

Começou por volta das 9h desta terça-feira (22) o segundo dia do julgamento dos três acusados de assassinar o cacique guarany-kaiwá Marcos Veron, em janeiro de 2003, em Juti (MS). O juri é realizado em São Paulo, no Fórum Federal Criminal.

Nesta terça-feira, segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal, terá início a instrução do processo. Sete vítimas indígenas devem ser ouvidas.

O primeiro dia de julgamento foi encerrado por volta de 17h de segunda-feira (21). Na sessão, seis homens e uma mulher foram escolhidos como jurados e a juíza federal Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal Criminal, realizou a leitura das peças do processo por causa da ausência das sete vítimas indígenas.

A expectativa, de acordo com a Justiça, é que o julgamento dure de oito a 15 dias, por causa do grande número de testemunhas que devem ser ouvidas.

Crime
O cacique foi morto em um acampamento indígena de Juti, em Mato Grosso do Sul, em 2003. Quatro homens armados espancaram e atiraram em chefes indígenas. O cacique foi levado para o hospital com traumatismo craniano, mas não resistiu e morreu.

De acordo com a Justiça Federal de Primeiro Grau em São Paulo, dois homens respondem por tentativa de homicídio qualificado e o terceiro acusado responde também por homicídio consumado. Eles respondem ainda pelos crimes de tortura, sequestro e formação de quadrilha. Um quarto acusado, que está foragido, teve seu processo desmembrado e suspenso.

No decorrer do processo, o júri foi transferido de Mato Grosso do Sul para São Paulo a pedido do Ministério Público Federal, que alega que naquele estado não há condições de isenção suficientes para garantir um julgamento imparcial. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) também determinou que o júri ocorra em São Paulo para evitar que a decisão sofra influência social e econômica dos supostos envolvidos no crime.

Em 2010, o julgamento chegou a ser suspenso duas vezes. No primeiro julgamento, o adiamento ocorreu porque a defesa dos réus apresentou atestado médico. O segundo adiamento ocorreu em maio, por conta da impugnação do tradutor designado para atuar na sessão. O Ministério Público abandonou o julgamento e ele foi suspenso.
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