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Crianças passam mais conjuntivite por não entenderem recomendações

G1

Depois do Bem Estar desta sexta-feira (25), o oftalmologista Emerson Castro, do Hospital das Clínicas e do Sírio-Libanês, tirou as dúvidas que chegaram pelo site do programa e pelo Twitter, no twitter.com/g1bemestar.

O médico explicou que os alimentos não causam conjuntivite, pois o contágio é por contato direto, como abraço e aperto de mão, ou indireto, ao encostar na maçaneta da porta ou no mouse ou teclado do computador, por exemplo. A grande dica, portanto, é lavar as mãos com frequência para evitar a contaminação.

Segundo Castro, as crianças transmitem mais conjuntivite porque não entendem direito as recomendações. Deve-se isolá-las por cerca de 15 dias do convívio com outras crianças, da escola e do playground do prédio. Já os colégios têm um papel muito importante na identificação e no isolamento dos alunos com a inflamação.

Quanto à conjuntivite neonatal, afirmou o oftalmologista, é possível preveni-la e, caso o recém-nascido seja contaminado, o pediatra indicará o tratamento e a medicação corretos. Castro disse que alguns tipos mais agressivos, como os virais, podem deixar alguma sequela se não forem cuidados adequadamente. Partículas mortas do vírus podem provocar manchas na córnea que atrapalhar a visão, em uma reação imune do próprio corpo.

Colírios não são indicados para prevenir a conjuntivite, apenas para o tratamento de alguns casos.

A exposição excessiva ao sol também pode causar conjuntivite por radiação, ao queimar os olhos. É irritativa, portanto, não contagiosa. Ao contrário do que se pensa, explicou Castro, óculos escuros não evitam a transmissão da doença.

Além disso, o médico alertou sobre o perigo da conjuntivite para quem operou a catarata. Outra questão foi sobre animais domésticos, que também estão suscetíveis à inflamação nos olhos e podem contaminar humanos ou ser contaminados por eles.

Quem quer usar lente de contato depois de uma conjuntivite deve ser examinado e aconselhado por um especialista. De acordo com Castro, as lentes fazem uma pequena agressão nos olhos e tiram as lágrimas. Na dúvida, não use as lentes e as jogue fora junto com a caixinha, pois podem estar infectadas.

Por fim, o oftalmologista afirmou que nunca contraiu conjuntivite nestes anos em que atende pacientes, pois sempre toma os devidos cuidados, como não dar a mão para cumprimentar pessoas contaminadas.

O especialista disse que, em 2003, houve uma epidemia de conjuntivite no Brasil. Foram notificados 200 mil casos, o que pode ter chegado a 500 mil, já que a doença não é de notificação obrigatória no país, como a dengue. Castro conclui fazendo um alerta sobre o carnaval, que é um ambiente propício para a propagação da conjuntivite.
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