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Motorista de carro que caiu em rio vai responder por homicídio, diz polícia

G1

O motorista do carro em que estava a menina Crystal, de 1 ano e 2 meses, que morreu no dia seguinte à queda do veículo no Rio Morto, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, será indiciado por homicídio culposo de trânsito. A informação é do delegado-assistente da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), Antônio Latsala Bertrand.

Bertrand informou nesta segunda-feira (28) que mudou o indiciamento do condutor após a morte do bebê. Antes, ele iria responder por lesão corporal. O motorista transportava além de Crystal, a mãe dela e mais uma mulher, que nada sofreram.

“Ele será indiciado por esse crime e dependendo do resultado do exame de urina do motorista, a situação dele ainda pode se agravar, caso seja encontrado indícios de álcool", explicou o delegado.

Carteira vencida e álcool
Em depoimento à polícia no dia do acidente, na quinta-feira (24), o motorista disse que, ao ultrapassar um carro na Estrada do Rio Morto, em Jacarepaguá, foi surpreendido por um outro veículo, e para não provocar o acidente, desviou o carro, que acabou caindo no rio. A polícia informou ainda que o condutor estava com a carteira de habilitação vencida há 8 anos e confessou ter ingerido álcool antes de dirigir.

Os três adultos conseguiram sair da água com a ajuda de pescadores. Mas, Crystal ficou cerca de 20 minutos submersa no rio e foi resgatada com vida pelos bombeiros. Ela foi levada para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, onde morreu na sexta-feira (25). O laudo do Instituto Médico Legal com a causa da morte da criança deve sair em até 10 dias.

Enterro em clima de revolta
No sábado (26), o enterro da menina foi marcado por comoção e revolta. As famílias da mãe e do pai da criança trocaram acusações durante a cerimônia.

Segundo parentes, Crystal foi fruto de um relacionamento de três meses entre a dona de casa Elisivane e o enfermeiro Alessandro. De acordo com os relatos, ele só reconheceu a menina através de um exame de DNA que comprovou a paternidade. Desde então, eles travavam uma batalha na Justiça pelo pagamento de pensão e a regularização de visitas.

Troca de acusações
A avó paterna da menina, Liziet Sabino, culpa a ex-nora pela perda da neta.

“Espero que haja a justiça de Deus para os homens. A Elisiviane está se passando de vítima e quer mudar o foco da investigação. Por que ela não ficou lá no rio procurando a filha? A vítima é quem está lá em cima”, indagou a avó.

A mãe da menina não falou com a imprensa durante o velório. Sua mãe, a doméstica Meire Costa, rebateu as acusações da família de Alessandro, e declarou que Crystal teve todo o cuidado e a atenção de sua filha.

“Se Deus chamou é porque tinha que ir, cada um tem sua hora. Eu fui a verdadeira avó dela”, concluiu a avó materna.

Carro em alta velocidade
Testemunhas do acidente contaram aos policiais que o motorista dirigia em alta velocidade.
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