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Notícias / Cultura

Bloco carnavalesco alerta para enfrentamento à violência e exploração sexual infantil

Agência Brasil

Um bloco carnavalesco puxado pela bateria mirim da Escola de Samba Vai-Vai marcou hoje (2), em São Paulo, o lançamento da campanha contra a exploração sexual no carnaval 2011, promovida pela Comissão Municipal de Enfrentamento à Violência, Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes da Secretaria de Assistência Social.

Com o tema Há Coisas que Não Dá para Fingir que Não Se Vê - Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes é Crime – Denuncie - A Bola Está com Você, a campanha tem o objetivo de convocar a sociedade para uma ação conjunta que ajude a diminuir os casos de violência que aumentam nesta época do ano. A Marcha Contra a Exploração Sexual foi encerrada com um concerto do maestro João Carlos Martins.

Uma das organizadoras do evento, Fabiana Gouveia, afirmou que por conta das campanhas, a comissão tem observado o aumento de denúncias, o que não quer dizer que a violência tenha aumentado. “A partir das informações sobre a campanha, a população se sente mais tranquila e segura no momento da denúncia”. Segundo ela, a conscientização é muito pessoal, mas a partir daí as pessoas se sentem à vontade para procurar os órgãos competentes. “A denúncia é importante porque, normalmente, a violência não é somente contra a criança ou o adolescente e sim contra a família.”

O vice-presidente da Comissão Nacional da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ariel de Castro Alves, disse que as campanhas são fundamentais tanto nos períodos festivos quanto fora deles porque a principal forma de denúncia é o Disque 100. “Desde 2003, mais de 2 milhões de ligações foram feitas ao Disque 100, e 150 mil foram casos devidamente comprovados. Depois, foram abertos procedimentos de apuração, dos quais 15% são de abuso e exploração sexual”.

De acordo com dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em 2006 o Disque 100, que é gratuito e funciona todos os dias para receber denúncias de violência contra a criança e o adolescente, registrou denúncias de 882 cidades, enquanto em 2010 foram ligações de 4.886 municípios. O serviço já tem contabilizados 2.556.775 atendimentos, com 145.066 denúncias encaminhadas.
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