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‘Meu filho foi discriminado’, diz mãe que se acorrentou em protesto em BH

G1

Uma mulher de 49 anos se acorrentou pelo pescoço a uma placa de sinalização, na manhã desta terça-feira (2), em uma avenida do bairro Vale do Jatobá, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar (PM), a mulher protestava contra a escola em que o filho de 14 anos estuda. A unidade de ensino teria difamado a imagem do adolescente.

A mãe do adolescente, Kátia Mendonça de Mattos, disse à reportagem do G1 que, na quarta-feira (23), o filho teria se envolvido em uma briga com outros colegas de escola, mas que a rixa foi resolvida. Segundo ela, na quinta-feira (24), membros de uma gangue foram à unidade de ensino procurando por uma pessoa que tem o mesmo nome do filho dela e, devido à confusão do dia anterior, outros estudantes alertaram o garoto de que um grupo armado procurava por ele e que queria matá-lo. Com medo, o adolescente foi até a direção da escola pedir ajuda.

De acordo com Kátia, o filho pediu à diretora que chamasse a mãe e o pai. Segundo ela, a mulher teria alegado que não poderia ajudá-lo e, que devido ao fato do adolescente morar perto da escola, ele poderia sair do local pelo portão da garagem, na parte de trás do prédio.

A nora de Kátia, Kellen Aparecida do Amaral Bandeira, informou que, na sexta-feira (25), o pai do adolescente foi chamado pela direção da escola. Segundo ela, a diretora teria dito que o melhor era que o menino não voltasse às aulas, pois corria riscos. De acordo com a mulher, a dirigente disse que algumas gangues estavam atrás do garoto e, por isso, ele deveria ser retirado da escola. Ela também teria feito um relatório da reunião e pedido ao pai do adolescente para assinar o documento.

Segundo Kellen, o adolescente estuda na escola há aproximadamente sete anos. De acordo com ela, o menino nunca teve problemas com drogas ou envolvimento no tráfico.

Nesta terça-feira (2), os policiais convenceram Kátia a parar o protesto. Ela foi até a 12ª Companhia da Polícia Militar e, junto com representantes da escola, um boletim de ocorrência foi registrado.

Escola
A diretora da Escola Estadual Dr. Aurino de Moraes, Cristina Andrade Pereira Costa, negou que a escola tenha sido negligente e informou à reportagem do G1 que o próprio aluno pediu para sair pelo portão dos fundos. Segundo ela, o estudante se envolveu em uma briga na rua na segunda-feira (21). Depois disso, vários boatos se espalharam entre os alunos da instituição informando que haveria uma briga. Durante quatro dias, a professora disse que ligou para a Polícia Militar pedindo ajuda para evitar os confrontos.

De acordo com a diretora, na quarta-feira (23), o filho de Kátia foi mantido em segurança dentro da escola pelos funcionários, mas, na quinta-feira (24), em uma nova confusão, ele pediu que o deixassem ir embora. Segundo ela, na sexta-feira (25), um ofício foi enviado à Promotoria da Infância e da Juventude e ao Conselho Tutelar, informando que o adolescente ficaria sobre a guarda da família até que a escola ficasse segura.

Um ofício também foi encaminhado à Polícia Militar requisitando uma patrulha escolar durante a manhã.
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