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Restos mortais do juiz Leopoldino do Amaral são devolvidos a cemitério

Da Redação - Alline Marques

Os restos mortais do juiz Leopoldino Marques do Amaral já foram devolvidos ao cemitério de Poconé pela equipe do Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta quinta-feira (3), em cumprimento da decisão judicial que anulou a exumação realizada na madrugada de quarta-feira (2).

O diretor do IML, médico Jorge Caramuru, negou ter agido na “calada da noite”, conforme acusou o promotor de justiça Arnaldo Justino da Silva, que atua no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

Em entrevista ao Olhar Direto, Caramuru disse ter sido notificado sobre a determinação da Justiça Federal na noite de ontem, por volta das 20h30, e contou que algumas amostras já haviam sido colhidas, mas devem ser desconsideradas conforme consta de decisão judicial.

O médico fez questão de explicar que o IML apenas cumpriu o requerimento feito pelo delegado Márcio Pieroni, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que estava acompanhado da decisão do juiz da 15ª Vara Criminal, José Arimatéia.

“O IML não faz nada sem ser requisitado por uma autoridade e recebemos um requerimento do delegado, junto com o parecer do juiz autorizando a exumação. Se depois o magistrado declinou da competência, nós não fomos avisados” justificou.

Sobre o horário da exumação, Caramuru explicou que trata-se de uma questão técnica devido aos odores. “Em todo lugar do Brasil a exumação é feita ao raiar do dia por questões técnicas, já que a alta temperatura aumenta os odores e as condições de trabalho ficam prejudicadas. Não foi feito na calada da noite”, afirmou.

O médico lembrou ainda da exumação do corpo da estudante Eiko Uemura, realizada às 5h30 no cemitério da Piedade em Cuiabá. “Este é um padrão no Brasil todo”.

Sobre a alteração da data, Caramuru explicou que resolveu adiantar a exumação porque o procedimento estava marcado para a quarta-feira de cinza, dia 9, porém como Poconé é uma cidade tradicional do carnaval, seria complicado para os técnicos do IML realizarem a exumação na cidade lotada.

Outro ponto elencado pelo diretor para alterar a data, é que no período da manhã de quarta-feira ainda seria feriado e, portanto, não iria colocar os funcionários para trabalhar fora do expediente.

A reportagem do Olhar Direto tentou entrar em contato com o delegado Márcio Pieroni, mas ele estava em uma reunião e não pôde falar.
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