O bloco tricolor deu um sábado de carnaval alegre para os raros foliões que se dispuseram a ir a São Januário na noite deste sábado. Sofrido, mas feliz no final. Pressionado em boa parte do segundo tempo e salvo por defesas de Ricardo Berna, o Fluminense derrotou o Resende por 2 a 1, na estreia das equipes na Taça Rio. Diante de apenas 937 torcedores (só 508 pagantes). A vitória ameniza um pouco o clima nas Laranjeiras, afetado pelos maus resultados e a situação delicada na Taça Libertadores. Os gols do atual campeão brasileiro foram marcados por Araújo, o seu primeiro com a camisa tricolor, e o capitão Leandro Euzébio. Kim descontou.

A partida serviu como um grande teste para os jogadores considerados reservas. Depois da longa viagem para o México na quarta-feira, onde enfrentou o América e perdeu por 1 a 0 na Libertadores, o treinador optou por poupar a maioria dos que iniciaram a partida no meio de semana.

A medida foi tomada para evitar problemas físicos e lesões. Apenas o goleiro Ricardo Berna, os zagueiros Gum e Leandro Euzébio, o lateral-direito Mariano e o atacante Rafael Moura foram mantidos no time. Conca, por exemplo, sequer ficou no banco.

A boa novidade foi o retorno do atacante Emerson, autor do gol do título brasileiro de 2010. Sua última partida oficial aconteceu no dia 5 de dezembro, contra o Guarani. Recuperado de um problema no tornozelo esquerdo, ele entrou em campo aos cinco minutos do segundo tempo, mas ainda mostrou a natural falta de ritmo. Muricy pretende lançá-lo aos poucos durante os jogos para não perdê-lo novamente.

Na Quarta-Feira de Cinzas, às 19h30m (horário de Brasília), o Fluminense volta a campo para encarar o América, no Engenhão. O Resende joga no mesmo dia, às 16h, contra o Cabofriense, fora de casa, no Correão.

Reservas, time mais descansado e disposição. O Fluminense entrou em campo solto, mais ofensivo. E a ousadia, que não surgiu com frequência nas últimas apresentações, funcionou. A equipe pressionou o Resende nos 20 minutos iniciais. A principal arma eram os avanços de Mariano com o apoio de Souza pela direita.

O alvo era Rafael Moura, mas foi Araújo que quase aproveitou um dos cruzamentos por aquele lado do campo. Logo aos quatro minutos, Souza acionou o atacante, que, na cara do gol, mandou à queima-roupa. No reflexo, Eduardo salvou. O goleiro ainda fez outra boa defesa em cabeçada do próprio Araújo.

Mas a superioridade ficou apenas no “uh!” da torcida. Souza recebeu excelente lançamento de Fernando Bob, mas mandou por cima do gol, livre. Marquinho ainda colocou na medida para Rafael Moura, de cabeça, acertar a bola na trave.

Após o lance, o juiz parou o jogo para o tempo técnico. A água no intervalo parece não ter feito bem ao time tricolor. Com mais espaços para chegar até a área adversária, o Resende assustou. Léo, aos 34, chutou cruzado, e Berna defendeu. O perigo maior veio com Alexandro, aos 39. Cara a cara com o camisa 1 do Flu, mas desequilibrado, o atacante chutou para fora, deixando em silêncio a reduzida, mas empolgada torcida tricolor.

Mas a insistente jogada pela direita deu resultado aos 40. Mariano apostou na velocidade, aproveitou a bobeada de Kim, roubou a bola e cruzou para Araújo. O atacante desviou e abriu o placar.

O gol acabou sendo providencial, já que, na sequência, Fernando Bob dividiu com Kim, levou o segundo amarelo e foi expulso. Segura, a equipe de Muricy Ramalho, mesmo com menos um, garantiu o resultado até o intervalo.

Os velhos problemas defensivos, porém, não demoraram a aparecer. Mal começou o segundo tempo e, aos dois minutos, o volante Edinho afastou mal de cabeça, e a bola sobrou para Kim. O lateral-esquerdo chutou cruzado e deixou tudo igual.

Com um a menos, o Fluminense ficou acuado. Assustado com a pressão, assistiu o Resende freqüentar com perigo sua área. A já impaciente torcida tricolor não poupou o time. Apesar dos gritos de incentivo no primeiro tempo, pediu raça temendo o pior.

Muricy Ramalho resolveu mexer. Emerson, que não atuava em partidas oficiais desde dezembro do ano passado, entrou na vaga de Rafael Moura logo aos cinco minutos. Para recompor o sistema defensivo, o treinador ainda colocou Diogo no lugar de Souza. Edinho passou a fazer a função de terceiro zagueiro com as alterações. A criação no meio-campo ficou por conta apenas de Marquinho, que contou o recuo de Emerson para buscar o jogo.

E Diogo entrou bem na marcação e foi o mais exaltado ao lado do goleiro Ricardo Berna. A cada roubada de bola, a torcida gritava o nome do volante, preterido por Muricy na lista dos inscritos para a Libertadores.

Aos sete minutos, o capitão Leandro Euzébio aliviou a torcida. Marquinho, o único armador do time, cobrou falta da esquerda e encontrou o zagueirão na área para mandar no canto direito de Eduardo.

Com um a mais, o Resende chegava à base de chutes de fora de área. Kim arriscou e mandou muito perto da baliza de Berna. Dos 25 minutos em diante, o Fluminense apensa aguardava uma boa chance de chegar à área adversária. E o Resende foi com tudo para o ataque. Parou no inspirado Berna.

O goleiro segurou pelo menos três boas chances. E uma delas, espalmou a bola para a trave. A defesa vagalume, que apagava em determinados momentos e se mostrava segura em outros lances, passou sufoco nos minutos finais. Mas o camisa 1 segurou a vitória e a esperança de dias melhores no clube.