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Advogado que bateu em paredão na Chapada matou amante e delegado

Da Redação - Alline Marques

O advogado Paulo Roberto Gomes dos Santos, 52, que ficou gravemente ferido após colidir no paredão do Portão do Inferno em Chapada dos Guimarães, já tem um histórico de violência que chegou a chocar a população mato-grossense em 2004, quando foi acusado de matar a amante decapitada em um motel de Juscimeira. Ele também é o autor do assassinato de um delegado no Rio de Janeiro.

Autor de dois assassinatos, Paulo Roberto ainda protagonizou uma cena pouco comum. Ele pulou da janela do antigo prédio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que ficava no quarto andar. Com braços e pernas fraturadas ficou um bom tempo internado no Pronto-Socorro de Cuiabá, tempo suficiente para polícia descobrir que o nome usado por ele era falso.

O advogado se apresentou na época como Francisco de Ângelis Vaccani Lima. Ele era um empresário do ramo de autopeças em Lucas do Rio Verde. O nome falso foi aderido quando fugiu do Rio de Janeiro, onde era policial e acusado de matar um delegado, para Mato Grosso. Só que este não foi a única identidade falsa, o advogado também chegou a realizar algumas transações financeiras sob o nome de Francisco Ângelis Moreira. Paulo Roberto foi indiciado por falsidade ideológica.

A vida de Paulo Roberto renderia um ótimo roteiro de filme. Em 1998, o advogado, na época policial civil, estava em uma viatura na cidade de Araruama, quando atirou na nuca do delegado Luiz Eduardo da Rocha Coelho após uma discussão. Ele foi preso por outro policial que estava no carro e encaminhado para Polinter caioca, mas conseguiu fugir, passando por vários estado até chegar em Mato Grosso.

Vivendo uma vida aparentemente normal, empresário bem sucedido e casado, Paulo Roberto se envolveu com a estudante de fisioterapia, Rosimeire Maria da Silva. Com pouco mais de um ano juntos, desconfiou que a amante estaria lhe traindo, contratou um detetive particular e diante da suspeita, convidou a jovem para uma viagem. Com conhecimento policiais, o advogado agiu de forma a dificultar a investigação. Ele levou a amante para um motel em Juscimeira, onde a decapitou, cortou as falanges e jogou o corpo no rio São Lourenço. A cabeça teria sido jogada no rio das Mortes, mas não foi encontrada.

Com muita frieza, Paulo Roberto ainda consolou a mãe de Rosimeire e acompanhou uma vistoria da polícia no apartamento da jovem. Três dias depois chamado para depor, ele pulou da janela. O que levantou suspeita dos agentes da DHPP.

Em agosto de 2006, Paulo Roberto foi condenado a 13 anos pelo assassinato do delegado carioca e em setembro do mesmo ano foi condenado a mais 19 anos de prisão pela morte da amante. Ele deveria estar cumprido pena e ainda não se sabe o motivo pelo qual o advogado está solto.

A equipe de reportagem do Olhar Direto tentou saber informações sobre o estado de saúde de Paulo após o acidente, mas ainda não conseguiu saber para onde foi levado. De acordo com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ele teria sido encaminhado ao Pronto-Socorro, mas a assessoria do hospital não confirma.

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