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Estudo mostra que não há vínculo entre crescimento econômico e desnutrição

G1

O crescimento econômico na Índia não contribuiu diretamente para a redução da desnutrição infantil no país, um fenômeno que responde principalmente ao investimento direto em programas de saúde, segundo um estudo publicado nesta terça-feira pela revista "Public Library of Science".

Os pesquisadores Malavika Subramanyam, da escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan, e S. V. Subramanian, da Escola de Saúde Pública de Harvard, colheram dados das pesquisas nacionais de saúde familiar realizadas na Índia entre 1992-1993, 1998-1999, e 2005-2006.

A primeira pesquisa incluiu 28.066 crianças, a segunda 26.121 e a terceira 23.139, e os dados foram estratificados para criar amostras representativas da população em cada um dos estados da Índia.

Os pesquisadores trabalharam com dados sobre medidas e peso por idade, altura por idade e peso por altura para classificar as crianças com baixo peso, raquitismo ou fraqueza, segundo as categorias da Organização Mundial da Saúde.

O artigo assinala que a prevalência de baixo peso desceu de 49,1%, em 1992-1993, para 43,8%, em 1998-1999, e 40,2%, em 2005-2006.

A prevalência do raquitismo também diminuiu, mas a da fraqueza caiu pouco, de 24%, em 1992, para 22%, em 2005-2006.

Enquanto isso, durante o período do estudo a economia da Índia cresceu a taxas anuais de 7% para 9%.

A análise mostrou variações substanciais entre estados em cada uma das medidas de desnutrição, assim como no crescimento econômico, e isto permitiu que os autores examinassem se as mudanças na situação econômica estavam vinculados com uma redução do risco de desnutrição infantil.

O crescimento macroeconômico, lembraram os autores, "é considerado como um instrumento maior, e às vezes o único, para melhorar a saúde e a nutrição nos países em desenvolvimento".

"A premissa é de que o crescimento econômico vai melhorar a renda, especialmente entre os pobres, e aumentará seu acesso à saúde, elevando os níveis de nutrição", acrescentou o artigo.

"Não encontramos provas coerentes de que o crescimento econômico conduza a uma redução da desnutrição infantil na Índia", escreveram os autores, que acrescentaram que "os investimentos diretos em medidas de saúde apropriadas podem ser necessárias para reduzir a desnutrição infantil na Índia".
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