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Chuvas no MS deixam 66 mil desabrigados e ameaçam colheitas

EFE

As fortes chuvas que há uma semana foram registradas no Mato Grosso do Sul deixaram 66 mil pessoas desabrigadas e podem afetar as colheitas de grãos no país, informaram nesta quinta-feira fontes oficiais.

Segundo as autoridades da Defesa Civil, a situação é "difícil" em 13 cidades do estado, nas quais o total de pessoas que perderam suas casas ou tiveram que abandoná-las temporariamente por conta das inundações chegava nesta quinta-feira a 66 mil.

O coronel Ociel Ortiz Elias, coordenador da Defesa Civil do Mato Grosso do Sul, disse que algumas cidades ficaram isoladas pelas cheias de vários rios e pela destruição de algumas pontes.

No entanto, garantiu que a ajuda "está chegando" a essas áreas por meio de helicópteros e indicou que as autoridades do estado pediram apoio ao Governo Federal devido à magnitude do desastre, que ainda não se sabe se causou mortes.

Rodrigo Baena, porta-voz da Presidência, declarou a jornalistas que a chefe de Estado, Dilma Rousseff, determinou que a ajuda seja enviada no período mais breve possível e pediu ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que vá ao estado para apurar quais são as necessidades.

Assim, Bezerra viajará nesta sexta-feira para Campo Grande e também percorrerá o Mato Grosso e o Maranhão, que também foram afetados pelas intensas chuvas.

"A presidente decidiu enviar toda a ajuda necessária", disse Baena.

Além da situação dos desabrigados, as autoridades do Mato Grosso do Sul expressaram temores pela destruição que as chuvas podem causar nos setores agrícolas da região, que é uma das grandes produtoras de grãos do país.

Segundo disseram fazendeiros citados pela imprensa local, cerca de 30% da colheita de soja pode ser perdida devido às inundações nas plantações, que também colocaram em perigo a semeadura de outros grãos cultivados na região.

Estes problemas podem ainda prejudicar as previsões de colheita que o Governo anunciou exatamente nesta quinta-feira para a safra deste ano.

De acordo com o relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a colheita de grãos deverá bater um recorde de 151,2 milhões de toneladas em 2011 e superar em 1,2% a de 2010.

No entanto, essas projeções foram realizadas a partir de informações coletadas durante fevereiro, quando o Mato Grosso do Sul e o Mato Grosso, dois dos estados de maior produção agrícola, ainda não sofriam com as chuvas.
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