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Alagoas perdeu controle sobre violência, diz governador

Terra

A presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em Alagoas, para buscar soluções no combate ao maior percentual de homicídios registrados em um Estado brasileiro, fez o governador, Teotônio Vilela Filho (PSDB), pedir "socorro" a União e admitir a falta de controle no avanço do tráfico de drogas e a "proibição" da entrada da polícia em áreas dominadas pelo tráfico.

"Em Alagoas, ministro, é como se caísse um Boeing todo mês e todos morrem. São 180 homicídios por mês. No mundo, se cai um avião existe um sentimento de comoção. Aqui, este Boeing não chama mais a atenção", disse. "O governo não consegue vencer o avanço do tráfico e, como vemos no Rio de Janeiro, há regiões em que a polícia não entra", disse Vilela.

Cardozo disse que o Estado precisa apresentar projetos e não falou em quantidade de dinheiro para ajuda. "As pessoas colocam o carro na frente dos bois. Apresenta-se o projeto e, a partir dele, mostramos qual o plano e pegamos os recursos para colocarmos neste projeto. Recursos faltam sim, para o governador, para nós. Faremos cada centavo render por 10", disse.

O ministro está em Alagoas para participar do primeiro colóquio de experiências exitosas na Prevenção e Redução de Homicídios. O Estado foi escolhido depois que o Ministério divulgou, em fevereiro, o Mapa da Violência no Brasil.

A proposta é um plano integrado no combate a violência. O staff do Ministério veio a Alagoas, como a secretária Nacional de Segurança Pública (Senasp), Regina Miki, vinte e oito técnicos da Senasp, além de representantes do Ministério Público, Tribunal de Justiça e da Força Nacional.

Alagoas lidera o número de homicídios no País. É o segundo que mais mata jovens entre 19 e 20 anos (27,1 para cada cem mil habitantes), o primeiro entre 15 e 24 anos (125,6 mortes por 100 mil habitantes) e o primeiro entre 15 e 29 anos (122,7 por 100 mil).

Ano passado, foram registrados cerca de 2,5 mil assassinatos e 38 mortes, apenas no Carnaval. Além de dinheiro, o governador pediu reforço de homens da Força Nacional, 43 novas bases de segurança comunitária e um sistema mais eficiente de dados estatísticos.
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