Três empresas de Curitiba são suspeitas de envolvimento na ‘indústria das multas’, denunciada em uma reportagem do Fantástico, deste domingo (13). De acordo com as informações divulgadas, empresas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, que fabricam radares e lombadas eletrônicas, são suspeitas de fraudarem licitações, negociando o pagamento de propina para prefeituras e órgãos públicos.

A Perkons, da cidade de Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, a Datapron e a Consilux, da capital paranaense, são apontadas como parte do esquema que beneficiaria amigos, parentes e apadrinhados políticos.

Durante a reportagem, o diretor comercial da Consilux, que opera os radares de Curitiba, confirmou que é possível apagar multas. "Nós já fizemos isso aqui [em Curitiba]", disse.

A Prefeitura de Curitiba divulgou uma nota informando que o sistema de radares e lombadas eletrônicas é seguro e que desconhece a existência de uma forma de retirar multas. A empresa de Urbanização de Curitiba (Urbs) notificou a Consilux para que preste esclarecimento sobre a denúncia apresentada.

Aldo Vendramin, diretor presidente da Consilux, foi procurado pela equipe da RPC TV e negou que seja possível anular multas. “Não existe a menor possibilidade. Tecnicamente é impossível retirar qualquer imagem [captada por radares]".

A empresa Dataprom informou que vai se manifestar sobre o assunto diante das autoridades. Já, a empresa Perkons, negou que apresente “editais prontos” para prefeituras e disse que cumpre todas as normas do Conselho Nacional de Trânsito e que vai fazer uma investigação interna para apurar os fatos que foram ao ar.

Nesta segunda-feira (14), o Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) informou que vai investigar onde as empresas citadas atuam aqui no estado e se há irregularidades em licitações e contratos assinados com órgãos públicos e prefeituras.